Muitos alunos faltaram ao exame nacional de Português do 12.º ano logo na segunda-feira – o primeiro dia da época de exames –, com escolas em que quase um terço dos alunos não marcou presença. E, tendo em conta que os exames só funcionam este ano como provas de ingresso ao ensino superior – na sequência das medidas do Governo devido à covid-19 –, o número de inscrições também tem registado uma quebra significativa em relação a 2019.
O exame de Filosofia do 11.º ano, por exemplo, que se realizou na quarta-feira, 8 de julho, teve quase metade dos inscritos em comparação com o ano transato:_passou de 16.718 para 8.966. No entanto, um dia depois realizou-se o exame do 11.º ano de Física e Química A, no qual as faltas de alunos não se fizeram notar de forma tão significativa. De um total de 42.035 inscritos, fizeram a prova 38.484, correspondendo a 91,6% de presenças.
Na sexta-feira, recorde-se, decorreram os exames de História A, para o 12.º ano, e de História B, do 11.º, ao passo que na segunda-feira, 13 de julho, realiza-se a prova de Geografia A para o 11.º ano. Será apenas na quarta-feira, dia 15, que os alunos do 12.º fazem o exame de Matemática A. E_depois de uma prova de Português «atípica» que não agradou a todos – existiram alterações no próprio enunciado e houve alunos que se depararam com textos de que não estavam à espera –, o receio em torno da prova de Matemática A_poderá aumentar. Existem, porém, professores que tentaram preparar os alunos da melhor forma possível para o que aí vem. Segundo contou Alexandra Justiça, professora de Matemática na Escola Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia, até a questão da obrigatoriedade do uso de máscara durante o exame foi testada.
«A fase que antecedeu os exames nacionais foi um desgaste muito grande para os professores. Mas a maioria dos alunos sente-se bem, porque o exame vai ter também perguntas opcionais, o que os faz sentir ainda mais à vontade. Se alguma coisa correr mal numa das alíneas, têm as outras para responder. Claro que alguns, num sistema como este e que tenham mais problemas de concentração, é pior. Mas antes de as aulas acabarem fiz um teste presencial com máscara, como simulação de exame. Estiveram 2h30 ou três horas com máscara a fazer o teste. E eles não se sentiram tão mal como estavam à espera. Aquela simulação fez com que se sentissem mais aliviados. Antes do teste disseram que não iam conseguir aguentar o tempo todo com máscara, mas não correu mal», revelou a professora ao jornal i.
E a questão das regras de segurança e higienização devido ao novo coronavírus têm vindo a ser cumpridas por parte das escolas. Segundo o SOL apurou, há alunos a realizar os exames nacionais em pavilhões gimnodesportivos ou até mesmo em cantinas, com o objetivo de facilitar o distanciamento físico.
Na Escola Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, os alunos, além de terem de desinfetar as mãos à entrada da escola, foram obrigados a fazer nova desinfeção antes da realização dos exames. Já em Cascais, por exemplo, houve escolas que optaram por colocar indicações no chão para garantir o distanciamento entre alunos e professores – setas que indicavam onde se deveriam posicionar.
No que respeita ao concurso externo para professores, recorde-se, 872 docentes passaram a integrar os quadros do Ministério da Educação – mais 330 comparativamente ao ano passado. Cerca de 36 mil professores ficaram de fora das listas.