Em 2002, no dia a seguir ao Brasil ter batido a Alemanha em Yokohama e se ter tornado na única seleção cinco vezes campeã do mundo, cruzei-me com Tostão no aeroporto de Narita, Tóquio. Meti conversa. Tostão é uma figura única do futebol brasileiro e universal.
O homem que inventava tabelinhas com Pelé e teve de abandonar o jogo por causa de um descolamento de retina, tornou-se médico e um dos mais talentosos colunistas da imprensa brasileira, escrevendo para a Folha de São Paulo e para o Diário de Minas. Quando nos despedimos, soltou um lamento meio cómico meio trágico: «Por mais que ganhemos campeonatos do mundo nunca ganharemos aquele de 1950». Depois vi-o desaparecer por entre a multidão no seu passo curto.
Nelson Rodrigues, provavelmente o maior cronista que se debruçou sobre futebol, chamou àquele terrível 16 de Julho ‘A nossa Hiroxima!’ Nelson tinha uma incontrolável tendência para o exagero, mas a verdade é que a derrota perante o Uruguai foi uma tremenda machadada no espírito positivo e otimista do povo brasileiro. Ainda por cima, o Brasil nem tinha de ganhar.
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