Saiu de cena em junho de 2014, com a sua popularidade em queda, mas nem o afastamento da vida política evitou o desgaste da imagem do Rei Emérito espanhol Juan Carlos I. O Supremo Tribunal espanhol decidiu avaliar as suspeitas de corrupção que recaem sobre o Rei Emérito espanhol a partir desse ano, altura em que perdeu a imunidade decorrente do cargo que ocupou durante 38 anos. As polémicas (e suspeitas) de irregularidades financeiras que recaem sobre o Rei Emérito espanhol já levaram o filho, o Rei Felipe VI a renunciar em março à sua herança. E no último mês surgiram posições públicas do Governo espanhol a saudar todas as medidas para aumentar a transparência na monarquia espanhola. E o jornal El Mundo até deu nota de pressões para Felipe VI se distanciar do pai.
Há quem lhe sugira o exílio à casa de partida, o Estoril, em Cascais, Portugal, onde Juan Carlos I chegou aos oito anos e passou parte da sua juventude. É o caso do escritor Manuel Vicent, num artigo de opinião do El País, do passado domingo, em que deixa o desabafo: «Antes que sua conduta irresponsável acabe por apodrecer totalmente a monarquia, alguém deveria convidar educadamente ao Rei Emérito a voltar ao mesmo exílio de onde veio, visto que este país, que lhe foi oferecido, já não é o seu». É uma opinião, mas já não é a primeira vez que a hipótese de um regresso a Portugal, leia-se ao Estoril, é colocada pelos media espanhóis.
Em 2015, o jornal espanhol ABC deu conta de que a Câmara de Cascais teria feito diligências para o Rei Emérito espanhol voltar ao Estoril, oferecendo-lhe inclusive, uma casa de verão. A hipótese teve ecos na imprensa portuguesa. Foi há cinco anos, meses depois de Juan Carlos I ter abdicado do trono a favor do filho, Felipe VI. Nada se concretizou e contactado pelo SOL, o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, esclareceu que «essa notícia correu na altura, mas nunca fomos contactados por nada nem ninguém». Ou seja, não houve diligências. E agora? Também não há. «Este é um assunto que a nós não nos diz respeito. Não temos nada a fazer sobre isso», começou por explicar o autarca e social-democrata. Contudo, Cascais recebê-lo-á, caso seja essa sua vontade. «O Rei Emérito Juan Carlos é um cidadão de Cascais, que aqui viveu durante largos anos, que cá mantém muitos amigos e que de alguma forma é acarinhado ainda hoje em dia. Isso é verdade. Se for essa a opção dele e da Casa Real Espanhola, por Cascais, obviamente que o receberemos com toda a amizade», garantiu ao SOL Carlos Carreiras.
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