Um dia depois de se terem iniciado as transações dos direitos de subscrição ao aumento de capital da EDP, a energética desvalorizou 2,13% para 4,45 euros. Já a EDP Renováveis conseguiu registar a maior queda do dia, tendo caído 3,44% para 14,04 euros.
A EDP publicou o prospeto do aumento de capital de 1,02 mil milhões de euros para financiar a aquisição da espanhola Viesgo. A operação arrancou no início desta semana, último dia em que as ações negociaram com os direitos incorporados, já as novas ações deverão ser admitidas à negociação a 17 de agosto. O preço de subscrição de 3,30 euros cada, o que representa um desconto de 23%, o que provocou, no entender do analista da Infinox, a «uma pequena descida no preço das ações». No entanto, Francisco Alves admite que a longo prazo a EDP irá beneficiar com este negócio e, consequentemente, o preço das suas ações irá acrescentar valor a longo prazo.
Recorde-se que Miguel Stilwell d’Andrade menos de dez dias depois de assumir a liderança da EDP já ‘revolucionou’ a estratégia da empresa, apesar do aumento do capital estar a ser preparado há dois meses. O encerramento antecipado das centrais a carvão na Península Ibérica, a compra da espanhola Viesgo e o anúncio de aumento de capital da elétrica em mil milhões foram os planos anunciados pelo novo CEO no espaço de uma semana. Francisco Alves, analista da corretora Infinox aplaude as medidas e reconhece que apesar de António Mexia ter começado a delinear estas mudanças na vida interna da elétrica, «o novo CEO demonstra determinação em expandir os horizontes da empresa», garante ao SOL.
Um desses exemplos é a compra da Viesgo por dois mil milhões de euros, mas para financiar a operação vai avançar com um aumento de capital de mil milhões de euros. «É uma decisão bastante positiva tendo em conta a situação económica atual, mostrando um sinal de confiança e prosperidade por parte da empresa», diz o analista.
Recentemente, a elétrica anunciou que irá encerrar três centrais a carvão, a de Sines, a de Aboño e a de Soto Ribera 3. O processo arranca já com a Central de Sines. «Foi entregue à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) uma declaração de renúncia à licença de produção para que possa encerrar a sua atividade em janeiro de 2021», revelou a elétrica. Também para a unidade 3 de Soto de Ribera, em Espanha, «está em curso um projeto de conversão da central que prevê a substituição do carvão por gases siderúrgicos nos próximos anos».
* Com Daniela Soares Ferreira