A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou esta segunda-feira que está a acompanhar "com muita atenção" o caso que envolve o feto de oito meses que morreu recentemente no Hospital Amadora-Sintra, no distrito de Lisboa. Na conferência de imprensa de atualização dos números de casos de covid-19 em Portugal, Graça Freitas explicou que o caso continua sob investigação.
"Foi detetada uma transmissão vertical. Continua a ser investigada. No mundo inteiro são raros os casos de transmissão vertical, por isso há que dar palavras de incentivo às grávidas. Tem havido casos de bebés que nascem bem de mães infetadas", explicou.
Além disso, a diretora-geral da Saúde disse que ainda não existe nada que leve à alteração da norma vigente para as grávidas, ressalvando que a Direção-Geral da Saúde (DGS) continuará atenta ao desenrolar da investigação.
Recorde-se que a mulher grávida de oito meses estava alegadamente assintomática, tendo apenas percebido que estava infetada pelo novo coronavírus quando foi testada no hospital.
196 surtos ativos em Portugal
A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou durante a conferência de imprensa que Portugal tem ativos 196 surtos: 119 em Lisboa e Vale do Tejo, 41 no Norte, 13 no Centro, 13 no Algarve e 10 no Alentejo.
Além disso, explicou também que, na atualização de um relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o RT (valor médio do risco de transmissão) foi de 0,94 entre 19 e 23 de julho, salientando que é o Alentejo que tem atualmente o RT mais elevado, situando-se nos 1,09. "No Norte é de 0,86", acrescentou.
Preparação para o inverno
Sobre a prevenção que tem de ser feita para uma eventual segunda vaga de covid-19 em Portugal, Marta Temido esclareceu que haverá um reforço no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Haverá um aumento da capacidade laboratorial do SNS e do INSA que levará a 22 mil testes diários na rede pública", adiantou a ministra da Saúde.