ela primeira vez na história do golfe em Portugal, dois irmãos sagraram-se campeões profissionais nas respetivas categorias, após vitória nos dois principais títulos do Campeonato Nacional da PGA, que decorreu no último fim de semana, no Vidago Palace Golf Course, em Chaves. Leonor e Tomás Bessa, de 21 e 23 anos, festejaram em dose dupla, e, no final, frisaram "o sabor diferente" da conquista em família. Para Tomás trata-se ainda de uma vitória inédita, uma vez que venceu pela primeira vez um campeonato nacional a nível individual. "É um sonho tornado realidade. Era um dos objetivos que tinha para este ano", lembrou o jovem natural de Paredes, em declarações aos canais da PGA Portugal. Tomás superou por 2 pancadas Ricardo Santos (67+69+70), o melhor jogador português no ranking mundial e duas vezes campeão nacional; e por 6 shots Miguel Gaspar (69+70+71), vice-campeão nacional em 2019 juntamente com Santos (que terminou pelo terceiro ano consecutivo na segunda posição). Na perspetiva do nortenho, ter conseguido "gerir os momentos de maior pressão" foi um dos segredos que o conduziram a esta conquista histórica, perante adversários de peso. O jogador de 23 anos destacou ainda que cresceu com Ricardo Santos como uma "referência" e um "ídolo", pelo que o triunfo ganha ainda mais significado. De sublinhar que tanto Leonor como Tomás Bessa registaram os seus melhores resultados de sempre nesta competição, mas o irmão mais velho alcançou ainda um feito raro: venceu a prova sem ter perdido qualquer pancada em três dias. Tomás, que treina no Algarve, terminou com 204 pancadas, 12 abaixo do Par, depois de rondas de 70, 66 e 68. O jovem jogador somou 10 birdies e 1 eagle para a sua pontuação final de -12. "Sinto-me um jogador cada vez mais completo. No geral, as áreas do meu jogo têm melhorado", destacou Tomás, que atravessa o melhor momento da carreira.
‘Rezamos um pelo outro’
Tomás não foi o único a erguer o troféu. A sua irmã Leonor venceu no plano feminino, e o jovem frisou a importância do trabalho diário da dupla: "Somos muito unidos. Treinamos juntos praticamente todos os dias. Rezamos um pelo outro para que o golfe seja sempre o melhor possível. Treinamos dia e noite. Termos esta vitória em conjunto é fabuloso". A jogadora de 21 anos sagrou-se campeã pela segunda vez nos últimos três anos, repetindo o êxito de 2018 (então no Oporto Golf Club), com 210 pancadas, 6 abaixo do Par, após voltas de 68, 68 e 74, batendo por 7 a anterior campeã nacional, Susana Ribeiro (71+67+79). Para a atleta, esta vitória foi "um grito de revolta": tratou-se do seu regresso à prova que falhou em 2019 após o torneio ter começado um dia mais cedo do que pensava. Antes de vencer enquanto profissional, a atleta já tinha sido campeã nacional várias vezes, nos escalões juvenis e como amadora de alto rendimento.
Num ano atípico para a modalidade, que também sofreu várias alterações devido à pandemia de covid-19, Leonor espera que a partir daqui possa começar um "novo início", com muitos sucessos para os irmãos Bessa. A irmã mais nova não escondeu o orgulho na primeira vitória de Tomás, construída apenas através do sonho, dedicação e trabalho árduo. Aliás, a grande meta dos irmãos nortenhos é comum e está bem definida: serem bem sucedidos para alcançarem o palco principal do golfe a nível mundial. "É um sonho para nós sermos bem sucedidos, chegarmos ao Tour. Fazer do golfe a nossa vida", ressalvou. "É para isso que nós trabalhamos todos os dias. Celebrar este título com ele… O Tomás é um jogador excelente, trabalha muito, merece este título a 1000%", rematou.
Por enquanto, Leonor aponta todos os esforços ao Santander Tour, prova que este ano conta com 11 torneios. Já Tomás vai estar novamente em ação no Alps Tour. Nesta temporada, o jovem espera ainda competir no Open Portugal e no Portugal Masters.