A Iniciativa Liberal (IL) pediu, esta terça-feira, que o presidente do Novo Banco, António Ramalho, seja ouvido, no Parlamento, de forma a esclarecer as suspeitas sobre os eventuais prejuízos para os contribuintes da venda de imóveis pelo banco.
"É de interesse público ver esclarecidas várias questões relativas à venda de mais de 5 mil imóveis e 8 mil frações do Novo Banco ao fundo Anchorage, em 2018, com prejuízo compensado pelo Fundo de Resolução que, como se sabe, foi fortemente financiado pelos contribuintes", lê-se no requerimento assinado por João Cotrim Figueiredo, que pede que António Ramalho seja ouvido em setembro, pela Comissão de Orçamento e Finanças.
O líder da IL defende, na nota que o Parlamento é responsável por "escrutinar ao máximo a utilização de dinheiro dos contribuintes e, neste caso, perceber se este negócio, onde o Fundo de Resolução fortemente financiado pelos contribuintes cobriu o prejuízo em 260 milhões, lesa o interesse público ou não". Cotrim Figueiredo sublinha que “importa saber se existe qualquer relação do acionista Lone Star com o Fundo Anchorage (Cayman), o que seria uma quebra das disposições do contrato de venda do banco e do acordo de capital contingente celebrado com o Estado em 2017".
O líder do partido defendeu ainda que se tornem públicos "mais detalhes do processo de licitação que conduziu ao preço de venda, tendo em conta a discrepância entre os valores de balanço, os valores de mercado e os valores de transação deste portfolio de imóveis designado 'Viriato'". Por fim, Cotrim Figueiredo defende ainda que é necessário saber mais sobre o financiamento concedido pelo Novo Banco ao comprador, que possibilitou que a operação se realizasse.
Apesar de poder ser "uma prática legal, seria útil ter mais informações, tais como a percentagem da transação que foi financiada, a publicidade feita a essa faculdade e o número de ofertas recebidas", lê-se ainda no requerimento.
Também o Partido Socialista pediu, esta terça-feira, que o presidente do Novo Banco fosse ouvido na Assembleia da República.