A Efacec não pagou o subsídio de férias aos seus trabalhadores, até final de julho, como era habitual. A empresa – que foi parcialmente nacionalizada a 2 de julho – continua a aguardar pelo empréstimo de 50 milhões, garantido pelo Estado, junto dos bancos, para fazer face às necessidades mais imediatas. A expectativa apontava para a chegada do dinheiro nos primeiros dias de agosto, mas, até ao momento, tal não se concretizou.
Em nota interna dirigida aos trabalhadores, a que o i teve acesso, a comissão executiva da Efacec garante ter reunidas as condições para “assegurar o pagamento do subsídio de férias a todos os trabalhadores, durante a primeira quinzena de agosto”. “Não obstante o processo de regularização financeira junto dos nossos fornecedores e parceiros, ao qual daremos continuidade, a primeira preocupação passa por honrar os compromissos junto de todos vós, garantindo um direito inalienável de todos os trabalhadores, o que nos apraz informar estar assegurado”, lê-se na comunicação.
Após quase quatro meses em layoff (desde 6 de abril), os trabalhadores que ainda estavam em casa regressaram aos seus postos no início do mês. Na missiva assinada pela comissão liderada por Ângelo Ramalho é deixada “uma palavra de agradecimento especial a todos os trabalhadores cujas funções foram integradas no processo de layoff e que durante os últimos meses tiveram de lidar com a dificuldade acrescida de quebra de rendimentos, num contexto social e pessoal particularmente dificultado pelas consequências da pandemia”.
“A superação desta enorme prova ilustra a força desta marca e desta empresa única que traduz em si o estoicismo, competência, humanismo e o valor das pessoas que a constituem. Acreditamos no futuro da empresa e na retoma do seu caminho de crescimento sustentável”, conclui.
Recorde-se que o Governo nacionalizou 71,73% da Efacec que pertencia à empresária Isabel dos Santos, na sequência do caso Luanda Leaks. Aquando do anúncio, o ministro da Economia Pedro Siza Vieira justificou a decisão como forma de garantir a “salvaguarda de cerca de 2500 postos de trabalho” e a “continuidade da empresa” que gere a rede de distribuição elétrica no país.
Nos termos da lei, o Governo tem de proceder a uma avaliação da participação que pertencia a Isabel dos Santos até 60 dias – um processo que está a cargo da consultora Ernst & Young (E&Y).
A vontade do Governo será acelerar o processo de reprivatização, que permitiria ao Estado sair da Efacec tal como entrou. Ou seja, sem investir qualquer tostão. Segundo Siza Vieira têm surgiram recentemente “novas manifestações de interesse [na Efacec] além daquelas entidades que apresentaram propostas no processo que anteriormente estava em curso”.