A Liga nacional de surf está na pausa de verão e prevê regressar à água, para a segunda fase, já em setembro. Faltam duas etapas para completar as cinco rondas inicialmente previstas, com Cascais a ser palco da jornada derradeira, no próximo mês de outubro, altura em que serão coroados os campeões nacionais de 2020. A prova arrancou a 19 de junho, tornando-se a primeira competição da modalidade a regressar em todo o mundo após o confinamento devido à pandemia da covid-19.
A Liga nacional de surf foi a primeira competição desta modalidade a ser retomada a nível mundial. Só isso já foi uma vitória?
O facto de a Liga MEO surf ter sido a primeira competição no mundo a voltar – e manter-se até ao dia de hoje como a única que vai atribuir um título oficial a nível global –, tem sido sobretudo importante na mensagem positiva para Portugal. Mostramos que quando queremos somos capazes de nos readaptar e de sermos flexíveis o suficiente para manter o curso das nossas vidas. A Liga tem sido um agente muito positivo neste processo, lado a lado com o selo clean&safe do Turismo de Portugal. Somos parceiros neste processo e queremos acreditar que estamos a dar o nosso contributo para que o regresso à nova normalidade seja feito com o máximo de segurança possível. Naturalmente que devemos evitar fazer grandes comparações sobre a retoma da atividade desportiva de cada país, porque cada um tem a sua própria circunstância no que respeita à pandemia. Nesse sentido, o que nós – Associação Nacional de Surfistas (ANS), Federação Portuguesa de Surf (FPS) e World Surf League (WSL) – fizemos foi, em maio, tratar primeiro do regresso do surf de lazer ao mar. Isto foi bem sucedido a partir do dia 4 desse mês e a partir do momento em que já havia condições para a prática do surf fazia sentido procurar também as devidas condições para que o surf de competição voltasse.
Estão neste momento três etapas cumpridas. Qual o balanço que faz desta primeira fase da prova?
Sim, já estão realizadas as etapas da Figueira da Foz, Ericeira e Sintra. Agradeço aos municípios, às capitanias, aos patrocinadores e a todos aqueles que trabalharam no sentido de tornar possível o regresso. Correu tudo muito bem e dou os parabéns também aos surfistas. É preciso devolver à sociedade portuguesa tudo e tanto quanto for possível para que todos regressem às suas vidas. E falo das equipas técnicas que acompanham os surfistas, além dos próprios atletas, e de todas as outras equipas que permitem que as etapas da Liga se realizem, com os próprios jornalistas e toda a gente que pelo menos aqui encontra uma base segura para continuar a trabalhar e a ter as suas vidas profissionais ativas. O regresso da Liga foi notícia um pouco por todo o mundo, onde a prova foi vista como um caso de referência no regresso das competições. A Liga é um agente neste processo da retoma da atividade económica em Portugal pela via do desporto.
Frederico Morais marcou presença nas primeiras três etapas. Com o circuito mundial suspenso, Kikas teve oportunidade de regressar a esta prova. Trouxe ainda mais visibilidade e competitividade à Liga?
Quando começámos a ter algumas certezas de que iríamos conseguir voltar com as competições, a ANS contactou o Frederico e perguntou quais seriam as suas ambições, atendendo à suspensão do projeto internacional, se quereria ou não competir na Liga MEO. O Frederico automaticamente disse que sim. Campeão como é, sabe muito bem que também é importante competir e passámos a trabalhar com ele junto da WSL para que lhe fosse dado um waiver [permissão para competir na prova durante a paragem do circuito mundial]. Como o Frederico é da World Surf League não pode competir em provas que não sejam da WSL, mas emitiram a tal autorização para que ele pudesse competir pelo menos nestas três primeiras etapas que já decorreram.
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