Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, este sábado, que “ninguém percebe” o que leva Portugal a continuar fora do corredor aéreo britânico. O chefe de Estado diz mesmo que o que “se assiste na Europa é a tendência inversa” do que se está a viver no nosso país.
“Sobretudo na situação atual, ainda mais do que há duas semanas ou três, ninguém percebe porque é que o corredor aéreo britânico não abre. Se não abre agora quando é que abre? Estamos à espera de zero casos? Nenhum país vai ter zero casos. O que se assiste na Europa até é a tendência inversa do que se vive em Portugal", disse aos jornalistas o Presidente da República, que está de férias em Alvor, no Algarve.
Questionado sobre uma segunda vaga, uma possibilidade que se torna mais forte quando olhamos para outros países europeus, Marcelo disse achar que "aquilo que se tem chamado segunda vaga, é a mesma vaga com altos e baixos".
"Em países que estavam numa baixa agora estão a conhecer um alto", explica, referindo que isso se deve por exemplo ao "começo das aulas", como é o caso da Alemanha, país onde o ano letivo se inicia mais cedo.
"Tem havido uma subida sobretudo por causa da mobilidade das pessoas, começaram a mexer, vieram de férias, reúnem-se mais, sobretudo os mais jovens. Portanto, o que se tem chamado segunda vaga, mas não sou propriamente epidemiologista, é um agravamento numa vaga que nunca deixou de existir, porque isto não é um fenómeno sazonal, é estrutural, até haver uma vacina ou uma forma de combater", considerou. "Temos de estar habituados à ideia sabe-se lá por quanto tempo com isto", acrescentou.
Sobre o Algarve, onde está de férias, Marcelo admite que a região está diferente de como a encontrou “há dois meses”.
"Há hotéis que estão nos 70/80%, o que é bom. Outros estão abaixo. O alojamento, apartamentos, quartos, dá a sensação que está nos 30% em muitos casos ainda, mas está a subir. Este ano dá a sensação que vai ser um bocadinho contra o que é normal, que é o final de agosto melhor do que o princípio e o início de setembro melhor do que costuma ser. As pessoas estão a adiar a marcação de férias e a chegar mais tarde. Olham para ver como está a situação, as disponibilidades e marcam em cima da hora. Está a avançar, lentamente mas está", disse.