Os tribunais reabrem na próxima semana, mas val levar meses a saber-se e por que crimes Sócrates será julgado; a instrução de Salgado está para durar; a acusação de Mexia também; Isabel dos Santos está em parte incerta e rui Pinto tem quase 50 testemunhas 'notáveis'.
A 21 de novembro deste ano terão passado seis anos desde a noite em que José Sócrates, chegado de Paris, foi detido no aeroporto de Lisboa. Indiciado por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, o ex-primeiro-ministro passou dez meses em prisão preventiva e mais alguns anos em recursos e entrevistas contestando um processo de acusação com mais de quatro mil páginas.
Na fase de inquérito foram ouvidas 229 testemunhas e 19 arguidos. Mais de 400 horas de gravação de áudio, com 213 apensos de busca, 480 apensos bancários, 141 apensos temáticos e 87 pastas de interceções telefónicas. Nos autos consta também correio eletrónico apreendido e gravado num total de 14 milhões de ficheiros. As escutas telefónicas foram feitas sobre 69 alvos. Só no caso do ex-primeiro-ministro José Sócrates durante os 449 dias em que esteve sob escuta foram mais de quatro mil horas de gravações.
No final do debate instrutório, que acabou em junho, o juiz de instrução, Ivo Rosa, leu um despacho no qual revelou vários dados sobre número de folhas, horas de interrogatórios e quantidade de apensos, justificando a sua impossibilidade de proferir uma decisão instrutória em dez dias ou num prazo razoável, pelo que não irá marcar para já uma data para a leitura da decisão de quem vai ou não a julgamento. «É manifesta e humanamente impossível proferir uma decisão justa, motivada, livre e independente num prazo tão curto como é o prazo previsto na lei de dez dias. Não iremos fixar data para a leitura da decisão instrutória, sendo a mesma anunciada em data oportuna», referiu Ivo Rosa, a 3 de julho.
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