Desportos coletivos durante aulas de educação física não são proibidos, mas distância deve ser de 3 metros

Ministério da Educação divulgou esta segunda-feira as orientações para as aulas de Educação Física, mas escolas alertam para a falta de informações sobre o uso dos balneários e sobre o Desporto Escolar. 

A duas semanas do início do próximo ano letivo, o Ministério da Educação lançou as orientações para as aulas de Educação Física, mas as escolas já deixaram o alerta: faltam orientações para o uso dos balneários e para o Desporto Escolar. 

No documento divulgado esta segunda-feira pela tutela, revelam-se conselhos, não existindo, no entanto, nenhuma proibição. Os desportos coletivos, como o futebol, basquetebol, ou andebol, não estão proibidos, mas é aconselhado às escolas que “ privilegiem o respeito pelo distanciamento de pelo menos três metros entre os alunos”. 

Caso o número de novos casos aumente nos próximos tempos e o regime de ensino passe para misto, o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues sugere que “na disciplina de Educação Física, pela sua característica claramente prática, sejam privilegiadas as atividades presenciais”. 

Reduzir a partilha de materiais e objetos entre os alunos e criar tarefas em circuito para que os alunos não tenham de estar todos no mesmo espaço são outras das recomendações divulgadas na segunda-feira. Neste caso, o número de alunos deve ser reduzido e adequado ao espaço que estão a utilizar – interior ou exterior.

Sobre os pavilhões e ginásios onde os alunos têm as aulas práticas, a tutela diz que devem ser criados circuitos no acesso, evitando cruzamento entre os alunos. Relativamente às máscaras, alunos e professores devem utilizar este elemento de proteção dentro das instalações, excepto enquanto estiverem a praticar desporto. 

 

Faltam orientações para desporto escolar

As orientações do Ministério da Educação surgiram no primeiro dia de trabalho dos professores do ensino básico e secundário, mas ainda há pontos que não foram esclarecidos, defendeu ao i Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). “Uma das situações que não é esclarecida é a utilização dos balneários. Não é feita sequer uma referência a este espaço, que é onde os alunos se despem, se vestem e onde tomam banho. Nada é referido”, explicou Filinto Lima. A questão do uso dos balneários tem vindo a ser, aliás, muito questionada pelas escolas ao longo das últimas semanas. 

Com poucas respostas continua também o Desporto Escolar. O presidente da ANDAEP classifica o documento enviado às escolas como “muito redutor para o Desporto Escolar”. Segundo o Ministério da Educação, “o regresso à prática desportiva em contexto de treino e em contexto competitivo […] deve ser efetuado de forma faseada, pelo que, no atual contexto epidemiológico, se iniciam treinos em todas as modalidades, garantindo o distanciamento físico de, pelo menos, três metros entre alunos”. Perante estas palavras, Filinto Lima explica que as dúvidas permanecem sobre as modalidades coletivas, sobretudo tendo em conta que o futebol, ou basquetebol são das modalidades que têm mais alunos inscritos. “E o Desporto Escolar é uma área que todas as escolas têm e é um grande investimento também do Ministério da Educação”, acrescentou Filinto Lima.