Governo anuncia 1,3 milhões para avaliar impacto de alterações climáticas

Matos Fernandes diz que estudo estará concluído em 2023 e que o objeto é “sermos neutros em emissões carbónicas em 2050”.

O Governo anunciou 1,3 milhões de euros para avaliar a vulnerabilidade do território português às alterações climáticas, um estudo que estará concluído em 2023 e projetará cenários até 2100. “Este estudo é fundamental para dar corpo ao desígnio maior que o país tem, que é o de sermos neutros em emissões carbónicas em 2050, um projeto que implica uma significativa fatia em investimento”, disse o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

De acordo com João Pedro Matos Fernandes, deste total, cerca de 400 mil euros vão ser atribuídos pelo mecanismo financeiro EEA Grants e 900 mil euros pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). É “objetivo prioritário apoiar e dar resposta a exercícios de política pública de adaptação às alterações climáticas nos vários níveis de intervenção territorial”.

O Ministério do Ambiente explica que, através de um conjunto de projeções e estimativas de custos de adaptação às alterações climáticas para os setores económicos, o projeto agrega conhecimento de diversas instituições, que vão avaliar, de forma ampla, o impacto, a vulnerabilidade e o risco das alterações climáticas em Portugal, estabelecendo os resultados alcançados “diretrizes para os contextos micro e macroeconómico”.

As instituições envolvidas são a APA, enquanto promotora do projeto, Banco de Portugal, Direção-Geral do Território, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e a Direção Norueguesa de Proteção Civil.

“Um trabalho como este permite essencialmente ser capaz de definir, do ponto de vista económico e financeiro, de que investimento estamos a falar com mais detalhe, que custos é que se lhes associam e, muito particularmente, qual é o custo da inação”, disse o ministro, acrescentando que as vulnerabilidades do território “são várias”, desde a seca, o risco de desertificação e avanços do mar no litoral português.

Vamos pegar em todo esse conhecimento e vamos quantificá-lo”, disse, referindo que são projetos para 80 anos, uma vez que 2100 é o ano máximo que consta do acordo de Paris.

O ministro acrescentou que o estudo vai definir cenários diversos para “o que podem ser os custos da inação e as necessidades de investimento” para Portugal ser neutro em carbono em 2050 e “projetando esses mesmos custos até 2100”.