O ex-líder da distrital do PSD de Lisboa, Pedro Pinto, vai concorrer à liderança da bancada do partido no próximo dia 17. A decisão surpreendeu alguns dos seus pares, mas era inevitável, depois das queixas internas de falta de debate no grupo parlamentar dos sociais-democratas. Adão Silva, primeiro vice-presidente de Rui Rio, não estará sozinho nesta corrida.
Pedro Pinto enviou uma carta aos seus pares onde começou por defender que a «permanente necessidade de desenvolvermos e aprofundarmos a relação com os eleitores que representamos, a rapidez e a imprevisibilidade dos acontecimentos, e a necessidade de compreendermos as transformações constantes que as sociedades modernas estão a sofrer, obriga-nos a um compromisso permanente com o país».
Para Pedro Pinto é preciso envolver todos no debate e «na discussão dos grandes temas nacionais debatidos na Assembleia da República», sobretudo em momentos decisivos e históricos como os da pandemia da covid-19. E escreveu: «O tempo em que as decisões eram tomadas no gabinete do Líder Parlamentar acabou! Esse método é típico dos anos 80 em que um homem providencial se encontrava em condições de tomar as relevantes decisões políticas com que se debatia».
Pedro Pinto explicou ainda que decidiu avançar «atendendo à necessidade de reformular» o modo como o grupo parlamentar «assume o seu papel na sociedade portuguesa, catalisa o sentimento dos portugueses e se afirma como o porta voz dos anseios e ambições dos portugueses».
Mais, o deputado diz que tomou a decisão «com o propósito de inverter a tendência de funcionalização que se tem sentido no partido nos últimos anos e que contraria a sua natureza» ainda que o faça «com total solidariedade pessoal e política com o Presidente do Partido, Rui Rio», que conhece há mais de 40 anos e, a quem reconhece «a abnegação, a convicção e a coragem para empreender as transformações que Portugal reclama».
Para o efeito, sugere reuniões semanais da bancada ( os deputados queixavam-se de falta de debate interno e poucas reuniões) e que as reuniões de direção do grupo parlamentar possam ter um um representante «da JSD, dos TSD e dos ASD».