A semana passada a Prisa anunciou que tinha vendido a sua participação na Media Capital – cerca de 65% – a investidores sem adiantar a quem o tinha feito. Mas agora já são conhecidos alguns nomes que, em conjunto, vão ficar com 43,5% da empresa. Um dos nomes é Cristina Ferreira. O anúncio foi realizado esta sexta-feira mas não causa surpresa uma vez que Cristina Ferreira que regressou à estação de Queluz já tinha anunciado esta intenção. A apresentadora da Malveira vai ficar com 2,5% da dona da TVI.
O anúncio foi realizado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários: «Para os devidos efeitos, a DoCasal Investimentos, Lda, […] celebrou, enquanto compradora, um Shares Sale and Purchase Agreement com a Promotora de Informaciones, S.A. e a Vertix, SGPS, S.A., em 4 de setembro de 2020, relativo à aquisição de uma participação qualificada, concretamente para a compra e venda particular de 2.112.830 ações representativas de 2,5% do capital social e direitos de voto da Media Capital». Ora, a DoCasal é «detida maioritariamente pela sua sócia Cristina Maria Jorge Ferreira, pelo que quaisquer direitos que sejam ou venham a ser imputáveis à DCI serão igualmente imputáveis à referida sócia, por conta de quem esta comunicação é igualmente efetuada».
No entanto, a compra e venda ainda se encontra sujeita a determinadas «condições suspensivas, da verificação das quais depende a realização da transação», lê-se na nota.
Mas também a Triun SGPS, Zenithodyssey Lda e Fitas e Essências Lda anunciaram acordos independentes para adquirirem parte do capital da dona da TVI.
No caso da Triun SGPS, o acordo é para a aquisição de 20% da Media Capital, o correspondente a 16.902.636 ações. Como beneficiários efetivos estão Paulo Gaspar, Mariana Gaspar e Francisco Gaspar, do grupo Lusiaves.
Já a Zenithodyssey Lda assinou o contrato-promessa com o objetivo de adquirir 16% da dona da TVI, o que corresponde a 13.522.073 ações. O comunicado, também enviado à CMVM, explica que a CIN tem 50% destra propriedade, a Polopique – que pertence ao empresário Luís Guimarães – tem 18%, a Volume Volátil – do empresário Filipe Barbosa Carvalho – 12%, a Zagfest – do empresário Rui Armindo Freitas – tem 10% e os últimos 10% dizem respeito à sociedade Alfredo & Carlos, que pertence aos empresários Alfredo Alves Pereira e Carlos Alves Pereira.
Também a empresa Fitas e Essências Lda, que é controlada por Stéphane Rodolphe Piccioto, mostrou a intenção de comprar 3% (2.535.395 ações). Existe ainda um acordo em nome individual de Manuel José Lemos que diz respeito a 2% do capital.
Para já falta saber quem ficará com os outros cerca de 20% da Media Capital que a Prisa também vendeu e que deverão ser anunciados nos próximos dias. Nomes como Tony Carreira e Pedro Abrunhosa estão em cima da mesa.
Recorde-se que este conjunto de novos investidores vai juntar-se ao empresário Mário Ferreira, do grupo Douro Azul, que no passado mês de maio comprou 30,22% do capital da dona da TVI por 10,5 milhões de euros.
Quem ainda não se pronunciou sobre este assunto foi a Cofina, que ainda tem a decorrer uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Media Capital. O grupo liderado por Paulo Fernandes registou, aliás, prejuízos de 1,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, em parte causados pelos custos com a OPA que foi lançada sobre a Media Capital. A pandemia, que causou um «impacto relevante» nas receitas de publicidade do grupo foi também uma das causas dos prejuízos. Em igual período do ano passado a Cofina tinha registado um lucro de três milhões de euros.