Lares de idosos: Marta Temido diz que “cada morte” fez o Governo “aprender de uma forma muito pesada”

A ministra da Saúde garantiu que o Estado não “ejeta responsabilidades”.

A ministra da Saúde, Marta Temido, esteve, esta quarta-feira, no Parlamento, onde abordou as mortes ocorridas nos lares devido ao novo coronavírus e afirma que "cada uma destas mortes fez o Governo "aprender muito" e de "uma forma muito pesada". "Com cada uma destas mortes sentimos que falhávamos um pouco e isso leva-nos, sobretudo, a pensar que temos que ser melhores para a próxima e é isso que estamos a tentar fazer", afirmou a responsável, que garante que o "Estado não ejeta responsabilidades". 

Depois de a deputada do PSD, Clara Marques Mendes, ter dito que o programa de testagem nos lares "correu mal" e ter questionado Marta Temido sobre o futuro e se a testagem vai ocorrer "em todos os lares ao mesmo tempo" ou se será feita "a duas, três ou quatro velocidades" pelo país, a governante defendeu o Governo e disse que no início da pandemia "os rastreios foram aplicados em várias zonas do país", admitindo que muitas vezes foram utilizados "critérios que não foram totalmente uniformes, muitas vezes com testes que não eram totalmente sensíveis e muitas vezes também com muita gente a aproveitar economicamente uma situação de pandemia".

A ministra da Saude defende-se ainda dizendo que "as coisas não correram de igual forma em todo o país porque as pessoas não são iguais em todo o lado" e aponta a falta de recursos humanos como uma das maiores dificuldades em controlar a propagação do novo vírus nos lares. 

"Ainda hoje temos dificuldade em recrutar recursos humanos para os lares, sejamos nós, sejam os parceiros do setor social e do setor privado, porque as pessoas receiam ficar doentes e não é por falta de equipamento de proteção individual, é porque o estigma da doença é ainda muito grande", salientou.

Marta Temido criticou ainda os Governos anteriores que "aumentaram o número de utentes com o objetivo de rentabilizar aquilo que são os lares", algo que torna mais díficil o cumprimento do distanciamento físico nos dias de hoje.