Ana Gomes lançou a candidatura há mais de uma semana, mas, até agora, são poucos os apoios públicos vindos do PS. Os socialistas estão à espera que o partido assuma uma posição oficial, o que não acontecerá antes da reunião da Comissão Nacional, em outubro, para se posicionarem em relação às eleições presidenciais.
A convicção dos apoiantes de Ana Gomes é que o PS vai dar liberdade de voto nas presidenciais e, nessa altura, surgirão mais apoios. A candidata deu esta semana a primeira entrevista, na RTP, e garantiu que tem recebido «inúmeras mensagens» de militantes socialistas a apoiar a sua candidatura. Mas, até agora, a ex-eurodeputada do PS, que avançou sem o apoio do partido, conta com o apoio público de Vera Jardim, ex-ministro da Justiça, Isabel Soares, diretora do Colégio Moderno e filha do fundador do PS Mário Soares, e de Pedro Bacelar Vasconcelos, deputado do PS.
Ao SOL, Daniel Adrião, que pertence à Comissão Política Nacional, diz que «muitos socialistas ligados à atual maioria só não manifestaram o apoio a Ana Gomes porque estão à espera que António Costa defina a sua posição relativamente às presidenciais». Adrião espera que «os órgãos do PS reúnam o mais rapidamente possível».
Até lá, os socialistas preferem assumir uma posição discreta em relação às presidenciais. Já se sabe, no entanto, que destacados dirigentes do partido poderão alinhar com Marcelo Rebelo de Sousa. O secretário-geral-adjunto do partido, José Luís Carneiro, elogiou, esta semana, a «boa cooperação institucional» que houve com o Presidente da República: «Foi essencial para virar a página da austeridade e para garantir a estabilidade do sistema político português».
Marisa divulga apoiantes e PCP lança candidatura
Marisa Matias lançou esta semana uma lista de várias personalidades que apoiam a sua candidatura. O psiquiatra Júlio Machado Vaz, a médica Isabel do Carmo, o sociólogo Boaventura Sousa Santos e o músico Sérgio Godinho estão entre os primeiros apoiantes da candidata apoiada pelo BE. Ana Benavente também volta a apoiar a eurodeputada bloquista. A ex-secretária de Estado da Educação num Governo de António Guterres explica que se identifica com as propostas e nem sequer ponderou apoiar Ana Gomes porque «é uma candidatura com muitos jogos e joguinhos» e de «alguém que está prisioneira das próprias contradições do PS».
Por seu lado, João Ferreira lançou esta semana a sua candidatua, na Voz do Operário, em Lisboa, com duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa. O candidato apoiado pelo PCP garante que o atual Presidente está empenhado em promover o regresso do Bloco Central. Depois do fraco resultado nas últimas presidenciais, em que Edgar Silva conseguiu apenas 3,95% dos votos, João Ferreira preferiu não definir nenhuma meta. «Sou candidato a Presidente da República, não sou candidato a percentagens eleitorais». Para já, fora do partido, conta com o apoio declarado da deputada socialista Isabel Moreira.