A TAP chegou a acordo com a fabricante Airbus para adiar a compra de 15 novos aviões – inicialmente prevista até 2022 –, o que permite à companhia aérea poupar 856 milhões de euros de investimento nos próximos dois anos.
“Foi renegociada com a Airbus o diferimento das datas de entrega de 13 aeronaves A320neo de 2020-2022 para 2025-2027 e do diferimento da data de entrega dos [dois] A330neo de 2022 para 2024”, lê-se no relatório dos resultados do primeiro semestre – onde a companhia registou prejuízos de 582 milhões –, enviado à CMVM.
A TAP justifica a medida com a necessidade de controlar e reduzir custos, que inclui a suspensão ou adiamento de investimentos não críticos e a renegociação de contratos, face à crise provocada pela pandemia. A TAP tinha contratado com a fabricante de aeronaves europeia a aquisição de 53 aeronaves (39 A320neo Family e 14 A330neo) a receber entre 2018 e 2025. Até ao momento, foram recebidos 17 novos aviões.
“Relativamente ao acordo já alcançado com a Airbus, este altera os contratos de aquisição de aeronaves das famílias A320neo e A330neo, permitindo reduzir o CAPEX [investimento na compra de bens] nos anos 2020-2022 em aproximadamente USD [dólares norte-americanos] 1000 milhões [aproximadamente 856 milhões de euros], por forma a alcançar um melhor alinhamento com o atual momento de mercado e as perspetivas para os próximos 18-24 meses”, refere a companhia.
Quanto ao contrato de aquisição das aeronaves A320neo, a TAP conseguiu adiar algumas entregas para 2021, bem como adiar a maioria das entregas originalmente previstas para 2021 e 2022 para o período entre 2025 a 2027. No que se refere ao contrato de aquisição de aeronaves A330neo, foi acordado o adiamento para 2024 relativo às duas aeronaves com entrega originalmente prevista para 2022, garantindo a TAP a possibilidade de troca destas aeronaves por outros modelos, a avaliar em função da retoma de mercado e necessidades da companhia na altura”.
Empréstimo chega aos 946 milhões em 2020. No âmbito do plano para salvar a empresa da falência, o Estado vai emprestar à companhia 450 milhões de euros até ao final do ano, a que se somam os 499 milhões cedidos desde julho. O Estado já pagou tranches de 250 milhões (a 17 de julho), 224 milhões (31 de julho) e 25 milhões (31 de agosto) desde que o Governo chegou a acordo com David Neeleman, antigo acionista privado de referência, para a compra da sua participação na empresa por 55 milhões (ficando o Estado com 72,5% do capital).
Feitas as contas, o Estado vai emprestar à TAP um total de 946 milhões de euros em 2020, valor que até pode chegar as 1200 milhões. Segundo informações da empresa, as próximas tranches serão pagas a 30 de setembro, 30 de outubro, 30 de novembro e no final de dezembro.
Recorde-se que, neste momento, encontra-se em curso a preparação do plano de reestruturação da empresa tendo em vista a sua viabilidade, a ser submetido à Comissão Europeia até 10 de dezembro.