Os professores do ensino superior começam, esta segunda-feira, uma greve para exigir que existam as condições necessárias de segurança sanitária nas instalações das universidades e politécnicos para responder à pandemia de covid-9. O protesto, sem data prevista para acabar, só deve terminar quando os problemas forem solucionados.
O pré-aviso da greve foi entregue há duas semanas pelo Sindicado Nacional do Ensino Superior (SNESup) e dá aos professores a possibilidade de não ir trabalhar “pelo direito à saúde”, disse na altura o presidente do sindicato à Lusa, Gonçalo Leite Velho.
O SNESup alerta para várias falhas nas respostas das instituições, como por exemplo, a existência de turmas com mais de uma centena de alunos a ter aulas presenciais em anfiteatros, com a circulação do ar a ser feita apenas através de uma porta.
Para além das condições de financiamento de algumas instituições, a greve incide também sobre a situação dos profissionais em grupo de risco que, segundo explicou o presidente do SNESup, apresenta uma desigualdade de respostas entre as universidades e politécnicos, especialmente nas aulas práticas: "pura e simplesmente, negavam a substituição por incapacidade para contratar outros docentes".
"O nosso objetivo é proteger os docentes enquanto durar esta situação pandémica e enquanto não verificarmos como garantido, da parte das instituições e do Governo, a proteção integral destas pessoas", explicou o líder sindical.
Mas os representantes dos reitores das universidades e politécnicos explicaram já que a situação dos doentes em risco seria avaliada uma a uma, admitindo que alguns casos poderiam ser muito complexos.
O SNESup fala em soluções como o teletrabalho ou, quando não é possível, a contratação de professores substitutos, e diz que as medidas devem ser aplicadas uniformemente.