O ministro das infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admitiu, esta terça-feira, a possibilidade de o governo estudar a construção da terceira ponte sobre o Tejo, quando falava numa audição durante a Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
No entanto, durante a audição conjunta com o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, o ministro das infraestruturas reconheceu que existe um problema para que avancem as obras: a falta de financiamento.
“Temos previsto um estudo de viabilidade da terceira travessia do Tejo, isso está nos nossos planos e no PNI [Programa Nacional de Investimentos] 2030, é um dos ajustamentos que fizemos face ao que tinha saído do parlamento. Mas ainda não temos dinheiro, portanto vamos ser realistas. Achamos que é importante, vai ser estudada a viabilidade técnica e financeira do projeto, mas vamos ter de continuar a debater isto”, disse Pedro Nuno Santos.
“Não tenho dúvidas nenhumas que a terceira travessia do Tejo é muito importante para a estruturação da nossa rede ferroviária e nós conseguiríamos, só com aquela ligação, tirar quase três quartos de hora à ligação ao Algarve ou mesmo a Madrid, por Lisboa. Já nem estou a falar da Península de Setúbal, que obviamente seria beneficiada, mas os ganhos em termos de tempo são, de facto, muito relevantes entre a parte a norte do Tejo e a parte sul do país e mesmo, a ligação a Espanha. Mas há uma definição de prioridades e elas estão definidas”, acrescentou.
Para já, existem outras prioridades, como agilizar as ligações ferroviárias entre Lisboa e Porto, tornando-as mais rápidas. “Achamos que é possível ligar Lisboa e o Porto em 1h15/1h20 e isso mudará a forma como as duas áreas metropolitanas se relacionam e com grande impacto para o país”, explicou o ministro. Também a ligação ferroviária entre Porto e Vigo vai ser alvo de investimentos para reduzir, igualmente, o tempo de viagem.
“Nós precisamos de ter um Plano Ferroviário Nacional, esse é um dos nossos objetivos. Por isso, [assumimos] o compromisso de começar a fazer um debate nacional já a partir de janeiro, que terminará com um debate parlamentar e votação no parlamento do Plano Ferroviário Nacional, que nos permitirá a todos definir os objetivos em termos de rede ferroviária nacional e ter uma visão estratégica do que é a ferrovia nos próximos anos”, disse.
Outro “debate muito importante” para Pedro Nuno Santos é a ligação internacional entre Portugal e Madrid, que “não tem de se fazer apenas a sul do Tejo”, uma vez que “fundamental que o Norte e o Centro se sintam ligados à rede transeuropeia de alta velocidade”.