O ministro da Económica Pedro Siza Vieira afirmou, ontem, na Assembleia da República, que a receita para Portugal sair da crise é “pôr a economia a crescer o mais rapidamente possível”.
Em audição conjunta com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, Pedro Nuno Santos, na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, Siza Vieira afirmou que “a melhor forma de sairmos da crise, a melhor forma de equilibrarmos as nossas finanças públicas, a melhor forma de reduzirmos o peso da dívida no PIB é colocarmos a economia a crescer o mais rapidamente possível”.
O ministro realçou o plano de recuperação assente em três pilares: os programas comunitários REACT EU e SURE e o Orçamento do Estado para 2021 “de reação imediata à crise”; a qualificação do emprego e a requalificação dos ativos para aumentar as competências do mercado de trabalho em linha com os desafios colocados pela transição climática e digital, prevista no próximo quadro plurianual (o PT2030); e a componente nacional do Next Generation EU. A lógica deste programa é realizar investimentos à realização de reformas. Têm uma componente de resposta à crise, mas esses investimentos são investimentos que nos permitem financiar modificações na nossa estrutura social e produtiva e enfrentar os desafios da transição ecológica e digital”, explicou o ministro.
Siza Vieira realça a necessidade de Portugal optar por “uma política orçamental e anticíclica” e defendeu que “estes instrumentos financeiros de que dispomos para permitir estimular a procura investindo no nosso bem estar a longo prazo são a melhor forma de pôr a nossa economia a crescer e constituem uma resposta totalmente diferente daquela com que enfrentámos a última crise financeira internacional”.
Novos comboios e (talvez) nova ponte sobre o Tejo. Por seu lado, o ministro Pedro Nuno Santos voltou a sublinhar a ambição em torno do plano nacional para a ferrovia. O ministro voltou a prometer que o Governo fará “o maior investimento de sempre na CP”, através, sobretudo, dos fundos europeus.
Nos próximos 10 anos, a CP vai poder comprar um total de 129 comboios, num investimento próximo dos mil milhões de euros. Deverão ser adquiridos 62 comboios urbanos, 55 comboios regionais e 12 unidades para reforçar a frota do Alfa Pendular. Também na ferrovia, serão executados novos trabalhos na infraestrutura, que poderão ser financiados pelo fundo de recuperação europeu (até 2027) e pelo quadro comunitário de financiamento (até 2030).
Pedro Nuno Santos avançou ainda que “vai ser estudada a viabilidade financeira de uma terceira travessia do Tejo”. “Temos previsto um estudo de viabilidade da terceira travessia do Tejo, está nos planos do Plano Nacional de Investimento 2030, mas ainda não temos o dinheiro por isso não quero estar aqui a enganar ninguém. Vai ser estudada a viabilidade financeira do projeto”, afirmou o ministro.