A candidata presidencial Ana Gomes considera que o Governo deve avançar para a requisição civil do setor privado e das parcerias público-privadas (PPP) da saúde, se se chegar a uma situação limite no Serviço Nacional de Saúde.
"Se o país chegar a uma situação de tremenda exigência do Serviço Nacional de Saúde, o Governo deve considerar uma requisição dos meios que hoje estão alocados aos privados e às PPP, que não podem estar à margem do esforço nacional e da emergência nacional, seja para tratamento de casos covid-19, seja para lidar com os casos não covid-19 que estão a ser deixados para trás por causa da situação sanitária. É uma prioridade para o Estado", afirmou Ana Gomes, numa entrevista à agência Lusa.
A candidata mostrou-se ainda de acordo com o “abanão” defendido pelo primeiro-ministro. Ana Gomes defendeu mesmo que António Costa deve ponderar todas as medidas, incluindo o regresso ao confinamento, se ocorrer um aumento exponencial da pandemia, incluindo o regresso ao confinamento.
"Estamos confrontados com uma subida assustadora do número de casos, que também se regista em outros países europeus. Sabemos que uma pandemia não conhece fronteiras. Face a isto, entendo que o primeiro-ministro deve ponderar todas as medidas, eventualmente mesmo um novo confinamento", declarou.
Para Ana Gomes, António Costa está a tentar evitar um novo confinamento obrigatório, "porque sabe do tremendo impacto económico e social e até humano ao nível da própria saúde mental que isso implica para muitos portugueses".
"O ideal seria conseguir evitar isso, mas então importa tomar medidas, que é o que penso que diz este estado de calamidade que acaba de ser decretado", acrescentou.