Quinze dias: foi este o tempo que João Almeida (Deceuninck-Quick Step) vestiu a camisola rosa na 103.ª edição da Volta a Itália em bicicleta. A prova conheceu o novo líder da geral na quinta-feira, após a dura 18.ª etapa, que incluiu uma subida ao Stelvio, a 2758m de altitude. O ciclista português baixou para o quinto posto da geral, lugar que manteve após a caótica 19.ª etapa, realizada nesta sexta-feira.
O holandês Wilco Kelderman (Sunweb) continua a liderar, com 12 segundos de vantagem para o colega de equipa, o australiano Jai Hindley, e a 15 do britânico Tao Geoghegan Hart (INEOS), que fecha o pódio. Em quarto lugar encontra-se o espanhol Pello Bilbao (Bahrain–McLaren), a 1 minuto e 19 segundos do primeiro posto, com o jovem luso a fechar o top-5, a 2m16s do topo da classificação.
Ontem, ociclista checo Josef Cerny (CCC) venceu isolado a 19.ª etapa, encurtada a pedido dos ciclistas devido ao mau tempo. Cerny, de 27 anos, cumpriu os 124 quilómetros (de uma etapa que tinha inicialmente previstos 258km), entre Abbiategrasso e Asti, em 2:30.40 horas, depois de integrar a fuga e chegar isolado, 18 segundos à frente do belga Victor Campenaerts (NTT), segundo, e 26 para o italiano Jacopo Mosca (Trek-Segafredo), terceiro.
Este sábado, corre-se a penúltima etapa do Giro, com um dia de alta montanha entre Alba e Sestriere, em 190 quilómetros. O contrarrelógio individual de domingo, com meta em Milão (21.ª etapa), marca o final da Volta a Itália.
Apesar de ter perdido a liderança a três dias do fim, João Almeida tornou-se o primeiro corredor de sempre com menos de 23 anos a ter a liderança durante 15 dias – bem como o português que mais dias usou a maglia rosa.
Mas há mais: Rúben Guerreiro (EFPro Cycling) sagrou-se na quinta-feira campeão virtual da montanha.
Após ter feito história com a vitória da 9.ª etapa da prova transalpina, primeira etapa conquistada por um ciclista português nos últimos 31 anos, depois de Acácio da Silva (1989), o ciclista de Pegões está cada vez mais perto de tornar-se o primeiro luso a conquistar uma das classificações secundárias de uma Grande Volta (Tour, Giro e Vuelta). Para confirmar a vitória da maglia azurra, Guerreiro só precisa de chegar amanhã ao final da prova.
Mais do que Giro, a competição transalpina de três semanas foi histórica para o ciclismo português – que tem agora no atleta das Caldas da Rainha a sua estrela maior.