Nuno Melo enviou uma mensagem ao presidente do CDS a garantir que não está a preparar uma candidatura à liderança. A notícia (do Expresso) de que o eurodeputado estaria a ponderar avançar depois das eleições autárquicas agitou o partido, principalmente por ter coincidido com as eleições regionais nos Açores. «Criou irritação em muita gente», admite ao SOL um centrista. Ribeiro e Castro foi mais longe e escreveu, na sua página do facebook, que «estas são as coisas que têm dado cabo do CDS». O ex-presidente do partido partilhou a notícia publicada no Expresso com um alerta: «Dizer estas coisas a destempo, é sempre mau. Dizê-las na véspera de umas eleições, ainda por cima decisivas para o CDS, é péssimo. Muito mau, na verdade».
Nuno Melo garantiu, nas redes sociais, que a notícia traduz o «oposto do que se quis transmitir», mas não evitou muitos comentários a desafiá-lo para avançar para a liderança. Os críticos consideram que Rodrigues dos Santos não tem sido capaz de marcar a agenda e combater o crescimento do Chega.
O CDS perdeu um deputado, mas continua a ser a terceira força política nos Açores. Francisco Rodrigues dos Santos passou no primeiro teste à sua liderança depois de se ter empenhado na campanha eleitoral. «O CDS provou que à direita lidera o CDS-PP», disse, na noite eleitoral. «Mais uma vez, as notícias sobre a morte do CDS-PP foram manifestamente exageradas e desmentidas nas urnas», acrescentou.
A interpretação feita pelos dirigentes nacionais é que o resultado foi bom, tendo em conta o aparecimento de novas forças políticas. OChega elegeu dois deputados e a Iniciativa Liberal um.
Telmo Correia rejeita ‘euforia’
A tensão interna voltou a manifestar-se uns dias depois com Telmo Correia, líder parlamentar, a alertar que «este resultado não convida a nenhuma euforia despropositada mas sim à necessidade de com serenidade construir uma solução de mudança para os Açores e uma alternativa nacional».
As divergências entre Francisco Rodrigues dos Santos e Telmo Correia não são novas e já tinham feito sentir-se quando o líder discordou que o deputado integrasse a comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira.