O advogado do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, arguido no processo de Tancos, classificou a acusação contra o cliente como “fantasiosa e um mau exemplo”, quando falava esta segunda-feira no Tribunal de Santarém na primeira sessão de julgamento do processo.
“Praticamente não há factos na acusação que sejam imputados ao ex-ministro da Defesa. Toda a acusação, tal como a pronuncia são um mau exemplo”, apontou o advogado Germano Marques, acrescentando que a “acusação construiu uma história imaginando a conduta do ex-ministro”, uma vez que “faltam factos que envolvam Azeredo Lopes”.
O ex-ministro da Defesa está acusado de denegação de justiça e prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder e denegação de justiça, mas o advogado insiste que o processo de Tancos tem, em relação a Azeredo Lopes, motivações e vantagens políticas que contestou.
O processo do furto das armas de Tancos e da alegada encenação para as recuperar, que começa a ser julgado esta segunda-feira, tem 23 arguidos, dos quais o ex-ministro da Defesa e, recorde-se, remonta a 29 de junho de 2017, quando o Exército divulgou que no dia anterior as armas foram roubadas dos paióis. Em outubro do mesmo ano, o material de guerra foi recuperado na região da Chamusca, Santarém, com a intervenção da Polícia Judiciária Militar e a GNR de Loulé.
No processo são também acusados o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da instituição militar Vasco Brazão e elementos da GNR de Loulé. Cerca de 20 arguidos vão depor em tribunal.
Em causa estão crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.