Depois de ter afastado Ana Leal, a TVI perdeu esta semana mais um destacado nome da investigação: Alexandra Borges deixou a estação de Queluz, ao que tudo indica por divergências com a direção. «Agradeço à TVI parte daquilo que hoje sou. Crescemos juntas, de forma leal e verdadeira, durante 21 anos porém, há 64 dias, tudo mudou», lê-se na publicação de Facebook da jornalista. Esta saída coincide com a entrada de Anselmo Crespo como diretor de Informação do canal.
«Costumo dizer que o meu pai me deixou a mais valiosa das heranças: a honestidade e lealdade, valores que não estão à venda nem se conseguem comprar, mas que, lamentavelmente, alguns desconhecem e desconhecerão sempre, pois é algo que se ganha no berço», escreveu a jornalista. E é este ADN que a jornalista diz levar consigo para o novo desafio profissional. O SOL sabe que Alexandra Borges vai integrar a equipa do grupo Global Media, que também está em mudanças.
Novos donos
O anúncio de Alexandra Borges decorreu na mesma semana em que a Prisa concluiu a venda da sua participação na Media Capital (64,47%), o que significa que a dona da TVI conta agora com novos donos. O negócio totalizou os 36,85 milhões de euros.
Assim, Mário Ferreira – que entrou no grupo em maio –, através da Pluris Investments, é agora o acionista principal do grupo, com uma participação de 30,33%. Mas há mais: a Triun, de Paulo Gaspar, do grupo Lusiaves, é já o segundo maior acionista, tendo adquirido uma posição de 23% – superior aos 20% anunciados inicialmente.
Também a Biz Partners, um consórcio de vários investidores e onde se inclui Tony Carreira concretizou a compra de 11,97% da Media Capital. Esta transação superou os 24 milhões. Assim, o famoso cantor português fica indiretamente com 1% da empresa e também Cristina Ferreira já tem a sua posição como dona. A apresentadora da Malveira – que é a atual diretora de Ficção do canal – ficou com 2,5%.
Audiências sobem mas ainda não convencem. SIC lidera
Dois meses depois do regresso de Cristina Ferreira à TVI, o canal de Queluz ainda não conseguiu chegar à liderança. No entanto, os valores têm crescido, como mostram os dados do mês de outubro.
A estação de Queluz diz que «está mais perto dos portugueses e consegue, em outubro, encurtar a diferença para o canal líder». Assim, segundo dados da CAEM / GfK, a TVI alcança 16,5% de share no all day, «o que representa um valor sólido pelo sétimo mês consecutivo».
Já no que diz respeito ao prime time, o canal conseguiu 19,4% e diz que este valor representa «também uma aproximação ao canal que ocupa a primeira posição»: a SIC.
Mas apesar de a TVI continuar a subir, a liderança ainda pertence à estação de Carnaxide. Valores que deixaram satisfeito Daniel Oliveira, diretor de entretenimento do canal. «Obrigado! Dos 305 dias de 2020, a SIC venceu 293», escreveu nas redes sociais, destacando os 21 meses consecutivos de liderança. «São já 21 meses consecutivos de liderança, de confiança por parte do público nas nossas pessoas, nos nossos conteúdos e nos nossos valores e também de compromisso da nossa parte em honrar esse crédito e responsabilidade, num tempo que a pandemia torna especialmente exigente para todos nós em diferentes quadrantes».
A SIC alcançou 18,7% de share a uma distância de 2,2 p.p. para a TVI. Destaque para a informação com a SIC Notícias a ser o canal de informação mais visto pelos portugueses. Já o Jornal da Noite «foi mais uma vez o programa de informação mais visto, de segunda a domingo, terminando a liderar, no universo dos canais generalistas», diz a SIC.
Apesar de não ter ganho, a informação da TVI deu um contributo para o crescimento das audiências. «Os resultados alcançados pela Informação TVI deram um importante contributo para o desfecho do mês de outubro, tanto no J1 como no J8, dois espaços noticiosos que têm vindo a gerar uma nova dinâmica na informação», diz o canal.