MEO, NOS e Vodafone sobem mensalidades das ofertas e reduzem qualidade

Dados são da Autoridade Nacional de Comunicações, a Anacom.

Entre outubro e novembro, a MEO, NOS e Vodafone aumentaram as mensalidades das suas ofertas base ‘triple play’ em 3,3%, o que se traduz no aumento de um euro. Os dados são da Autoridade Nacional de Comunicações, Anacom, que revela que “na sequência deste aumento de preços, que surge ao mesmo tempo e na mesma proporção, e que é muito superior à taxa de inflação, a mensalidade mais baixa das suas ofertas “triple play” sobe para cerca de 31 euros. Desde 2018 que não existem diferenças nas mensalidades deste tipo de ofertas, que incluem Internet fixa, telefone fixo e televisão por subscrição”.

Ainda segundo o regulador do setor, em simultâneo com este aumento de preços, foi registada uma redução da qualidade deste tipo de oferta nos três operadores, “visto que a velocidade de download anunciada baixou de 100 Mbps para 30 Mbps”.

A Anacom diz que MEO e NOS impuseram limites mensais de tráfego de dados fixos – 500 GB e 600 GB, respetivamente – “algo que não existia nos mercados das comunicações em Portugal desde os primórdios das ofertas em banda larga”. “Trata-se de uma alteração substancial da configuração de produto tendo como referência, pelo menos, a última década. A NOS retirou, entretanto, o limite de tráfego acima indicado”, diz ainda o regulador.

A entidade liderada por Cadete Matos não tem dúvidas que “as alterações ocorridas afetarão potencialmente um grande número de subscritores. As ofertas “triple-play” são subscritas por cerca de 1,7 milhões de clientes em Portugal, representando cerca de 40% do total de subscritores”.

O comunicado da Anacom avança que os preços das ofertas já comparavam “desfavoravelmente com a média internacional”. “De acordo com os estudos de comparações internacionais de preços promovidas pela Comissão Europeia, em outubro de 2018 os preços do pacote Internet + telefone fixo + televisão, eram superiores à média da UE28 entre 2% e 12,7%. A exceção eram as ofertas de 1 Gbps que apresentavam preços inferiores à média da UE28 (-22,3%), mas que só são subscritas por 1,6% dos clientes”, lê-se.