Iniciativa Liberal aponta falta de dados que justifiquem recolher obrigatório

João Cotrim Figueiredo esteve reunido com Marcelo Rebelo de Sousa, que está a ouvir os partidos sobre uma possível renovação do estado de emergência, bem como sobre o Orçamento do Estado para 2021, dois temas a ser debatidos e votados na sexta-feira.

O líder do Iniciativa Liberal (IL) esteve, esta terça-feira, reunido com Marcelo Rebelo de Sousa para discutir a atual situação de pandemia, à saída criticou o Governo, de António Costa, por tomar medidas como o confinamento obrigatório ao fim de semana, adotado sem um contexto estatístico e sem dados que o justifiquem, nomeadamente sobre a “eficácia real das medidas no controlo da pandemia e as consequências sobre a economia”.

Já em relação à reativação do estado de emergência, no início deste mês, fonte do partido confessara ao i que havia uma “grande escassez de dados para comprovar a eficácia destas medidas”. Agora, Cotrim Figueiredo defendeu que há três meses que não há “acesso a qualquer dado estruturado e fidedigno sobre o que se está a passar em termos pandémicos. É evidente que há uma relação entre a quantidade de contactos das pessoas entre si a velocidade de contágio, mas não podemos fechar todos em casa durante seis meses”.

O deputado único do Iniciativa Liberal reiterou a sua intenção de votar contra a renovação do estado de emergência, que será debatida na sexta-feira. Cotrim Figueiredo lembrou que discorda do encerramento obrigatório de estabelecimentos comerciais ao fim de semana, a partir das 13h00. “Creio que irá existir [confinamento ao fim de semana], mas é evidente para todos que as medidas tomadas ao fim de semana não fazem qualquer espécie de sentido. Ficaria muito surpreendido se elas fossem permitidas pelo decreto do próximo estado de emergência.”, sublinhou ainda.

Aproveitou ainda a audiência com o Presidente da República para apresentar algumas propostas do partido para alteração do Orçamento do Estado para 2021, nomeadamente a redução do IVA de toda a restauração para 6%, o reembolso antecipado do IRC para as empresas em dificuldades, a revisão em alta do mínimo de existência no IRS para isentar mais famílias e o investimento no SNS para recuperar listas de espera de consultas e cirurgias.