O Chega, partido representado no Parlamento pelo deputado único André Ventura, confirmou esta terça-feira, que votará contra uma eventual renovação do estado de emergência, caso seja essa a intenção do Governo e do Presidente da República.
Em declarações aos jornalistas, à saída da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Ventura justificou a mudança no sentido de voto, o Chega tinha-se abstido na votação anterior, com o facto de o Executivo ter imposto medidas “absurdas”.
"Sentimo-nos enganados e defraudados na ultima votação do estado de emergência após a reunião com o Governo. Por isso mesmo, não iremos viabilizar o estado de emergência tal como proposto na sexta-feira", garantiu o líder do Chega em Belém.
Ventura diz-se principalmente chocado com as medidas adotadas aos fins de semana, afirmando que estão a criar um "caos económico e social gigantesco". Sublinhe-se que o Chega já entregou no Supremo Tribunal Administrativo uma intimação contra o Estado que visa o levantamento das restrições impostas ao comércio e aos restaurantes.
"Não voltaremos a viabilizar nenhum estado de emergência sem saber quais são as reais condições em que as restrições são impostas", afirmou André Ventura, acrescentando que recusa passar uma "carta em branco" para o Governo legislar "como entende" e "sem atender a nada".
Sobre o Orçamento do Estado (OE), Ventura reforçou que irá votar contra, acusando BE e PCP de estarem "desejosos de saltar fora do barco".