O líder do Chega foi constituído arguido por “discriminação por assédio em razão da origem étnica” num processo movido pelo Alto Comissariado para as Migrações. Em causa está uma publicação que André Ventura fez no Twitter onde divulgou dados, sem qualquer fonte, referindo que 90% daquela comunidade vivia “de outras coisas” e não do trabalho.
Acontece que no mês de agosto, o presidente do Chega partilhou, na rede social Twitter, gráficos sem informações como a própria fonte ou a que população se referia, para, alegadamente, mostrar o elevado nível de dependência do rendimento social de inserção. A acompanhar a imagem, Ventura escreveu: “A verdade acaba sempre por prevalecer. Quase 90% da comunidade cigana vive de 'outras coisas' que não o seu próprio trabalho”.
Segundo o Correio da Manhã, a denúncia foi feita ao Alto Comissariado para as Migrações, que abriu o processo e argumenta, citado pelo jornal, que o deputado publicou gráficos estatísticos “retirados do seu contexto”, com o “objetivo de atingir as comunidades ciganas”. Uma conduta “discriminatória e hostil” e um discurso “ofensivo”.
André Ventura, que tem processos semelhantes, já reagiu à notícia e disse ao Correio da Manhã que “continua a perseguição do Estado a um líder da oposição e quem pensa diferente”.
De acordo com a mesma fonte, o deputado poderá ser multado.
A verdade acaba sempre por prevalecer. Quase 90% da comunidade cigana vive de 'outras coisas' que não o seu próprio trabalho. Enquanto não perceberemos que há aqui um problema estrutural, ele continuará a crescer descontroladamente. pic.twitter.com/VA18HbxSmB
— André Ventura (@AndreCVentura) August 21, 2020