A Altice Portugal anunciou que decidiu suspender qualquer relacionamento institucional com a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom).
Em comunicado, a dona da Meo reagiu à mais recente comunicação do regulador, que indica que os preços das telecomunicações em Portugal têm subido nos últimos 10 anos, contrariando a tendência geral na União Europeia, considerando que a ANACOM “insiste em ludibriar o país, em atacar e denegrir o setor das telecomunicações em Portugal”.
“A recente comunicação da ANACOM, que afirma que os preços praticados em Portugal comparam desfavoravelmente com os preços praticados na Europa, não passa de mais uma inverdade para prejudicar o setor, tentando camuflar a gravíssima situação ao redor do leilão da tecnologia 5G, cuja responsabilidade é exclusivamente da própria ANACOM. O Regulador insiste em comparar o que não é comparável, contribuindo apenas para a promoção de um contexto regulatório fomentador da desconfiança, da imprevisibilidade e da promoção do desinvestimento”, refere a Altice Portugal.
“De há três anos a esta parte a ANACOM não realizou qualquer estudo de preços ou análise de mercado, optando por socorrer-se dos dados do INE, e dos dados que este instituto fornece ao Eurostat, que são indicadores que não devem nem podem ser utilizados para análises de preços, pois não permitem uma análise real e verdadeira”, defende.
A dona da Meo revela assim que vai suspender qualquer relacionamento institucional com o regulador.
“No atual contexto, em que toda a Economia nacional e seus agentes se sentem já esclarecidos e reconhecem o quão mal este Regulador tem feito por Portugal, tendo por base a posição pública de analistas e bancos de investimento internacionais, sentimo-nos completamente legitimados em suspender, a partir de agora, qualquer relacionamento institucional com a ANACOM, que não o que obriga a lei”, lê-se.
A Altice Portugal considera ainda que é “lamentável” que outras instituições “com elevadas responsabilidades no país, não atuem de forma a erradicar tanta irresponsabilidade e dar espaço ao diálogo razoável e construtivo, evitando consequências desastrosas que prejudicarão em muito o país, a economia e a sociedade”.