As eleições presidenciais já estão marcadas para dia 24 de janeiro. As candidaturas têm de ser apresentadas até à véspera de Natal e a campanha oficial arranca no dia 10 de janeiro.
A campanha vai ser marcada pelas restrições impostas por causa da pandemia. Os candidatos terão de dispensar iniciativas que envolvam multidões como comícios ou jantares e apostar nas plataformas digitais. Os debates televisivos serão outra das apostas dos candidatos e Marcelo Rebelo de Sousa já garantiu que está disponível.
A expectativa é que entrem na corrida nove candidatos (nas últimas eleições foram dez). Marcelo Rebelo de Sousa deverá anunciar nas próximas semanas que vai recandidatar-se. O PSD já anunciou que vai apoiar o atual Presidente da República. O CDS deverá declarar o seu apoio depois de Marcelo Rebelo de Sousa anunciar publicamente a recandidatura.
A novidade é que, desta vez, Marcelo entra na corrida com o apoio de destacados socialistas como Augusto Santos Silva, Fernando Medina ou João Soares. Por outro lado, o atual Presidente da República tem mais concorrência na área da direita do que há cinco anos.
André Ventura, do Chega, e Tiago Mayan Gonçalves, da Iniciativa Liberal, têm feito duras críticas ao atual Presidente da República por estar demasiado próximo do Governo.
A militante socialista Ana Gomes, a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias e o eurodeputado comunista João Ferreira são os principais candidatos de esquerda. Ana Gomes é a única candidata que não tem o apoio do seu próprio partido, mas conta com algumas figuras do PS como Manuel Alegre ou Pedro Nuno Santos.
Vitorino Silva (conhecido como Tino de Rans), que se candidatou em 2016 e conseguiu 3,28% dos votos, Bruno Fialho, presidente do PDR, Joaquim Alves, candidato nas listas do partido Juntos pelo Povo (JPP) nas últimas legislativas, também já anunciaram a intenção de entrar na corrida presidencial.
Ventura ataca Marcelo André Ventura criticou ontem o atual Presidente da República por não ter ainda anunciado a recandidatura. O candidato e líder do Chega defendeu que “não é aceitável que um Presidente em funções, num momento de grave crise, mantenha obstinadamente um tabu incompreensível”.
Numa carta aberta a Marcelo Rebelo de Sousa, a que o i teve acesso, o candidato e líder do Chega acusa o atual Presidente da República de adiar a decisão para “continuar a usufruir dos benefícios do exercício do cargo e da imagem associada ao exercício dessa prerrogativa”.
Ventura defende que o país “não precisa de líderes que estejam a fazer cálculos ou contas de somar antes de decidir se querem ou não representar os portugueses num dos momentos mais difíceis das suas vidas”.
Por último, o candidato sugere que a campanha eleitoral vai ser “dura” e ataca Marcelo Rebelo de Sousa por ter sido “cúmplice do Governo” e provocar “a discórdia no eleitorado à direita” do PS.
“Eu, pessoalmente, gostaria que se candidatasse. Acho que o seu legado e a sua herança devem estar em discussão ao longo desta campanha eleitoral”. Ventura foi dos primeiros a lançar a candidatura e colocou a fasquia alta ao definir com objetivo ficar em segundo lugar. Já garantiu que deixará a liderança do Chega se Ana Gomes ficar à sua frente.