Vários órgãos de informação avançaram, esta sexta-feira, que os idosos estariam no fim da lista de prioritários para a vacina contra a covid-19. O Ministério da Saúde apressou-se a vir esclarecer que a estratégia de vacinação ainda está a ser preparada.
Apesar de ter havido o esclarecimento do gabinete de Marta Temido, o primeiro-ministro não hesitou em reagir à informação sobre os idosos estarem no ‘fundo’ das prioridades.
"Há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos", começou por escrever António Costa no Twitter.
"Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade", acrescentou, numa referência óbvia às notícias veiculadas hoje pela imprensa, e que o seu próprio Governo já veio esclarecer.
Há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos. Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade.
— António Costa (@antoniocostapm) November 27, 2020
Na nota do ministério, o gabinete de Marta Temido sublinha que o documento da DGS não foi validado pela tutela e que se trata de um texto meramente técnico. Lê-se ainda que as informações que foram conhecidas hoje são "parcelares e desatualizadas".
Por validar ou não, quem também não concorda com a lista de prioridade que consta no documento é o Conselho Nacional de Saúde Pública, que defende que o "grupo dos mais idosos é claramente prioritário".
Jorge Torgal, porta-voz daquele órgão, criticou a proposta e acredita que esta será revista. "O grupo dos mais idosos é claramente o grupo prioritário, sob o qual devia incidir toda a atividade central, a mais importante atividade, de luta contra a pandemia, porque, para mim, os mais atingidos são aqueles que morrem. A mortalidade acima de 80 anos é terrível", disse esta sexta-feira à TSF.
Sublinhe-se que segundo o documento técnico da DGS, os doentes graves entre os 50 e os 75 anos vão ser dos primeiros a receber a vacina, assim como profissionais de saúde e os utentes de lares de idosos. Já as pessoas com mais de 65 anos estão no fim da lista dos grupos prioritários.