O empresário José Gouveia, presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN) – e um dos elementos do grupo de empresários da restauração e da noite que, durante sete dias, protagonizou uma greve de fome à porta do Parlamento –, foi ontem recebido pelo secretário de Estado do Comércio, João Torres, para discutir novos apoios para o setor da animação noturna.
No final do encontro, José Gouveia considerou que a conversa decorreu de forma “muito positiva”. “O secretário de Estado João Torres mostrou-se muito recetivo às nossas propostas, e até admitiu que o Governo tem vindo a debater algumas delas”, disse ao i.
O representante dos bares e discotecas, que continuam de portas fechadas desde março devido à pandemia, tem a expectativa de ver disponibilizado para as empresas o acesso “a mais apoios a fundo perdido, a mais linhas de crédito e também ao layoff para sócios-gerentes”. José Gouveia espera também que Governo e Câmara de Lisboa reconsiderem, e passem a permitir que “as empresas que têm dívidas sejam elegíveis para recorrer a estes apoios”. “Depois desta reunião fiquei com uma grande esperança. Agora, estamos na expectativa de boas notícias por parte do ministro da Economia, Siza Vieira”, afirma.
Entretanto, o movimento “A Pão e Água” volta a reunir-se, amanhã, com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que voltará, tal como na sexta-feira passada, aquando do encontro que colocou um ponto final na greve de fome, a cumprir o papel de intermediário entre o grupo e o Governo. A representar os empresários da restauração e da noite vão estar o próprio José Gouveia e Ljubomir Stanisic.
Também amanhã, mas no Porto, o movimento “A Pão e Água” tem agendada uma nova manifestação para pedir mais apoios e a reabertura dos negócios. O encontro está marcado para a rotunda da Boavista. “Temos uma única janela de oportunidade para lutarmos contra quem, usando como pretexto um vírus (…) nos quer tirar todos os direitos, garantias e liberdades (…)! Não permitiremos que nos amordacem (…) e seremos a resistência nas ruas de todo o país (…)”, lê-se em mensagens trocadas na rede Whatsapp a que o i teve acesso.