O ministro da Administração Interna anunciou, esta quinta-feira após a reunião do Conselho de Ministros, que o Estado irá indemnizar a viúva e os dois filhos do cidadão ucraniano, que morreu nas instalações do SEF do aeroporto de Lisboa.
"O que fizemos hoje, em Conselho de Ministros, foi a atribuição de poderes à Provedora de Justiça em estabelecer os contactos necessários para a fixação de uma indemnização à família da vítima antes de ser iniciado o julgamento para apurar a responsabilidade penal dos intervenientes", explicou o ministro.
Tratou-se de uma situação "absolutamente inaceitável", afirmou Eduardo Cabrita, sublinhando que "está em total contradição com os padrões dos direitos humanos que Portugal adota".
O ministro defendeu que "tudo aquilo que tem sido apurado e determinado relativamente a esta terrível situação deve-se à atuação do Ministério da Administração Interna". Cabrita esclareceu ainda que que a fixação da indemnização à família da vítima é um ato que se insere dentro daquilo que tem sido a atuação do Governo e do MAI.
Mas os destaques sobre a sua atuação e a do seu ministério no caso não se ficaram por aqui. "Sinto-me hoje muito mais acompanhado na preocupação da sociedade portuguesa relativamente a um tema que, no momento em que sucedeu e foi tornado público por minha iniciativa, teve uma atenção por parte da comunidade muito inferior" e "infelizmente muitos meses depois", disse Eduardo Cabrita.
Questionado sobre o facto de ter ou não condições para continuar no cargo, questão colocada esta quinta-feira de manhã no Parlamento, o ministro respondeu em jeito de recado: "Congratulo-me pelo facto de ter estado quase sozinho perante o desinteresse da generalidade da comunicação social (…) neste momento, tantos que não perceberam nada do que foi dito, não ligaram nada ao que eu disse em março e em abril e que agora estejam justamente preocupados com esta situação".