A Assembleia da República aprovou um voto de pesar pela morte de Giscard d’Estaing, proposto pelo PSD, e que contou apenas com a abstenção do PCP, tendo tido votos favoráveis de todos os outros partidos e deputados do plenário.
Valéry Giscard d'Estaing foi presidente da França entre 1974 e 1981. A 2 de dezembro, com 94 anos, faleceu vítima de complicações cardíacas, num quadro de covid-19.
No voto de pesar proposto pelo PSD, e agora aprovado, d’Estaing é definido como um “cidadão inquieto e interventivo, homem político, defensor da liberdade e da democracia, desde os tempos da resistência à ocupação nazi, ministro e Presidente da República Francesa, amigo de Portugal e das comunidades portuguesas, europeísta convicto e eurodeputado”.
Mas os enaltecimentos não param por aí. Estaing foi, como se pode ler no texto proposto pelo PSD, um "sábio reformador que deixou marcas consideráveis no espaço europeu", como a promoção do Sistema Monetário Europeu, "embrião da atual União Económica e Monetária e do euro". "O antigo Presidente francês escreveu, nomeadamente, uma Constituição para a Europa, que viria mais tarde dar forma ao Tratado de Lisboa. Foi um dos fundadores do Conselho Europeu e das cimeiras económicas do G5, que mais tarde se transformou no G7", recorda ainda.
“Com a morte de Valéry Giscard d'Estaing”, refere o documento, “a Europa perde um grande estadista, perde um grande europeu defensor dos seus valores comuns, incluindo os direitos fundamentais, a democracia e o Estado de direito".
O seu mandato vigorou entre 1974 e 1981, e foi marcado por medidas como o voto a partir dos 18 anos, o direito à interrupção voluntária da gravidez e a possibilidade de divórcio por acordo mútuo. Em 1981, no entanto, François Miterrand venceu as eleições presidenciais e retirou Estaing, que fora candidato também nessas eleições, do poder.