De acordo com o Portal da Queixa, a maior rede social de consumidores e marcas do país, este ano as burlas aumentaram em 77% em relação ao ano passado. Em 11 meses, a plataforma recebeu mais de 5 mil queixas relacionadas com estes esquemas.
Em comunicado, o Portal da Queixa adianta que de 1 de janeiro a 30 de novembro deste ano, receberam exatamente 5.427 queixas sobre burlas e fraudes, o que dá uma média de 16 reclamações por dia, um aumento de 77% em relação ao período homólogo do ano passado, quando foram registadas 3.066 reclamações.
“Estes resultados demonstram que os esquemas de burla e fraude registam uma tendência de crescimento, tendo sido igualmente ampliados pelo atual contexto pandémico”, diz a nota, uma vez que “as restrições de circulação impostas pela condição pandémica fizeram disparar as compras online e acelerar o e-Commerce”.
Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust, afirma, citado no mesmo texto, que “é fundamental dar continuidade à partilha de conhecimento, através das iniciativas privadas e nas redes sociais, entre consumidores” por existir “uma total inércia por parte dos decisores políticos, que não revelam preocupação perante este flagelo, que coloca em perigo milhares de consumidores todos os dias”.
Para Pedro Lourenço, o Governo não se pode esquecer do “elemento principal da equação, que são os consumidores”, pelo que é preciso “tomar medidas que realmente defendam os direitos dos consumidores” e não só os comerciantes.
Ora, para “potenciar a literacia digital e mitigar o risco das compras online”, o Portal da Queixa lançou a campanha #NãoSejasPato, na Black Friday. Ao aceder ao site (aqui) as pessoas podem por à prova os seus conhecimentos de literacia digital através de um quiz.
Segundo os resultados, dos 7.318 testes feitos até esta altura, 61,6% dos consumidores “evidencia a existência de lacunas de conhecimento sobre literacia digital e financeira na sociedade de consumo em Portugal”.
Esta campanha vai ter a duração de um ano e conta com a adesão de outras entidades como o OLX, MB Way, Worten, CTT, KuantoKusta e euPago.