"Nunca vi um ministro da Administração Interna reagir com esta clareza face a um crime cometido por forças e serviços de segurança sob sua tutela como o ministro Eduardo Cabrita. Portanto, acho que se ele merece alguma coisa aqui, é cumprimentos por isso", assinalou Augusto Santos Silva em entrevista ao programa Geometria Variável, da Antena 1.
O Ministro dos Negócios Estrangeiras admitiu que Eduardo Cabrita “mal teve conhecimento deste facto, reuniu presencialmente com a senhora embaixadora da Ucrânia em Portugal”.
“ Eu, mal tive conhecimento deste facto, telefonei à senhora embaixadora da Ucrânia em Portugal, e ambos dissemos a mesma coisa: desde logo pedimos desculpa pelo que tinha acontecido e garantimos que as responsabilidades iam ser apuradas", frisou.
Em relação à demissão de Cristina Gatões, diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Augusto Santos Silva referiu que a mesma “não se demitiu imediatamente”, mas que "para que a avaliação seja justa convém não esquecer parte dos factos”, lembrando que "todos os responsáveis diretos e indiretos pelo funcionamento do centro de detenção de Lisboa onde essa tortura e espancamento até à morte ocorreram foram demitidos e os procedimentos foram alterados".
“Levei um murro no estômago como nunca tinha levado na minha vida pública”, referiu Eduardo Cabrita para explicar a sua reação à notícia da morte de Ihor Homenyuk, em março. Augusto Santos Silva subscreve a expressão, dizendo que “sentimo-nos todos assim”.
Eduardo Cabrita vai ser ouvido no parlamento na próxima terça-feira, após um requerimento de audição feito pelo PSD e votado em unanimidade na Assembleia da República