A ex-deputada do Pessoas Animais Natureza (PAN) Cristina Rodrigues recomendou ao Governo a criação de um Grupo de Trabalho para “a crescente ocupação humana dos espaços naturais”, que “tem vindo a criar algumas situações de conflito entre os humanos e os animais, usualmente com perdas para estes últimos”.
O trabalho desta equipa deverá passar, defende a deputada não inscrita, pela determinação do tamanho e distribuição da população nidificante de gaivota-de-patas-amarelas e a identificação das áreas geográficas de maior conflito, das fontes de alimento utilizadas, a monitorização dos hábitos dos animais em questão e a definição de medidas éticas para reduzir este conflito.
O Grupo de Trabalho deverá, como se pode ler na proposta de resolução, incluir entidades públicas e organizações da sociedade civil, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Agência Portuguesa do Ambiente” e a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços, entre outras entidades.
As espécies de gaivotas mais penalizadas, acusa Cristina Rodrigues, são a gaivota-de-patas-amarelas e a gaivota-d’asa-escura, que têm maior facilidade de adaptação ao ambiente urbano, como se pode ler no comunicado.
Para além da ocupação humana dos espaços naturais, a ex-PAN refere também os aterros, as estruturas associadas à pesca comercial e as áreas agrícolas como fontes de “alimento antropogénico” para estes animais, levando ao aumento na sua reprodução e na sua taxa de sobrevivência. O conflito entre gaivotas e humanos é mais visível nos meses entre maio a julho, não só porque são os meses em que a população se encontra mais nos ambientes exteriores, mas porque é também a época de reprodução destes animais.
Este conflito não é, no entanto, inédito. A Área Metropolitana do Porto, por exemplo, criou em 2019 um plano de ação para controlo das gaivotas, que teve um valor base de 135 mil euros.