O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, falou esta sexta-feira sobre a escolha do tenente-general Luís Francisco Botelho Miguel para substituir Cristina Gatões na direção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Cabrita justificou a escolha com o "prestígio indiscutível" de Botelho Miguel e referiu que, conjuntamente com o primeiro-ministro, António Costa, considerou que este tinha as competências "necessárias para cumprir o programa de Governo e liderar o trabalho a desenvolver em 2021".
O governante, que falou aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração das novas instalações do Posto Territorial de Salvaterra de Magos, disse ainda que Botelho Miguel tem condições "para liderar a reforma" do SEF, que arranca em janeiro, uma vez é um "cidadão que desempenhou notáveis funções".
Recorde-se que o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna designaram o tenente-general Botelho Miguel como diretor nacional do SEF e anunciaram que este iria dirigir o processo de reestruturação do serviço, assegurando a separação orgânica entre "as funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes”. Uma ideia reiterada por Cabrita.
Natural de Lisboa, Botelho Miguel é mestre em Ciências Militares – ramo de Artilharia – e licenciado em Engenharia de Sistemas Decisionais. Exerceu vários cargos de comando entre 2010 e 2020 na Guarda Nacional Republicana (GNR), onde cessou funções como Comandante-Geral em julho.
Questionado sobre o facto de Botelho Moniz ter desempenhado funções no comando da GNR, o ministro que novo Diretor Nacional do SEF é "um general na reforma”. “Pelo percurso de vida, conhece muito bem e relacionou-se com as entidades envolvida neste processo", disse, garantido que este irá "liderar esta reforma com equidistância".
De realçar que Botelho Miguel assume o cargo depois da demissão de Cristina Gatões, na sequência do caso que envolve a morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk nas instalações do SEF, no aeroporto de Lisboa.