As eleições presidenciais centro-africanas deste domingo, que militares portugueses tentam proteger, estão a ter uma grande participação, apesar de tiroteios esporádicos em algumas localidades, onde rebeldes tentam afastar os eleitores das urnas, assegurou Mankeur Ndiaye, líder da missão das Nações Unidas no país, a MINUSCA, à Reuters.
"Esta manhã eles [rebeldes] começaram a disparar, esperando assustar as pessoas e fazê-las não votar. Sim, em algumas áreas é difiícil, mas em muitas outras podemos ver as pessoas irem votar em massa", assegurou Ndiaye, que tem sobre o seu comando uma Força de Reação Rápida composta por 180 portugueses.
Entre os 17 candidatos presidenciais, o favorito é o Presidente Faustin-Archange Touadera. O resultado eleitoral da primeira volta deverá ser conhecido no final da semana, mas a sua validade é posta em causa por uma coligação de milícias, após a desqualificação de vários candidatos pela justiça centro-africana, incluíndo o antigo Presidente Francois Bozize, por ter acusações pendentes de tortura e homicídio.
Além disso, continua o receio de que boa parte dos 1,8 milhões de eleitores registados na República Centro-Africana não possa votar – estima-se que mais de dois terços do território esteja sob controlo das milícias. "As eleições não deviam acontecer apenas em Bangui. Creio que as eleições deviam ter sido adiadas", lamentou à Reuters Thierry Yanga, um eleitor de 31 anos oriundo da capital, referindo-se aos vários pedidos de adiamento das eleições pela oposição. "Mas, como é a lei e o meu dever, venho votar no meu Presidente".