Continuam a ser vacinados profissionais de saúde e ontem foi conhecida uma data para o arranque da vacinação nos lares, onde os esforços estarão concentrados no mês de janeiro. A vacina começa a chegar aos lares no dia 4, revelou o secretário de Estado da Saúde Diogo Serra Lopes, adiantando que não estão previstos atualmente atrasos nas entregas.
Esta segunda-feira problemas logísticos no controlo da temperatura afetaram a saída das vacinas das instalações da Pfizer em Puurs, na Bélgica, para oito países europeus, incluindo Espanha, com um atraso de 24 horas na expedição. Por cá não houve impacto e o plano de vacinação pôde seguir o seu curso, com um segundo dia de vacinação em que foram abrangidos centenas profissionais de saúde dos serviços mais expostos nos maiores hospitais do país. À hora de fecho desta edição não existia um balanço do dia. Ao longo da semana inicia-se a vacinação noutros pontos do país, devendo chegar-se até ao fim de janeiro a 21 mil profissionais de saúde vacinados. Ontem o Hospital do Espírito Santo de Évora recebeu as primeiras vacinas e esta terça-feira começa a vacinar 350 profissionais, informou a unidade.
Entregas semanais
Depois das primeiras 9750 doses da vacina que chegaram a Portugal no sábado e das 70 200 descarregadas ontem no armazém que serve de centro de logística e distribuição da vacina no concelho de Montemor-o-Velho, Portugal tem previstas em janeiro quatro entregas semanais de 79 950 doses, a mesma quantidade recebida nos últimos dias e que acabou por permitir um arranque da campanha de vacinação com maior fôlego ainda este ano.
Como o Nascer do SOL noticiou na última edição, a Pfizer/BiONTech alterou na semana passada o calendário de entregas a nível europeu: os países em vez de receberem carregamentos únicos mensais, o que estava previsto até aqui previsto, vão receber novos lotes de vacinas semanalmente. Não foi alterada no entanto a previsão de distribuição para o primeiro trimestre. Até ao fim de março o país deverá receber cerca de 1,2 milhões de doses da vacina da Pfizer, a primeira aprovada a nível europeu. Depois dos profissionais de saúde mais expostos e dos utentes e funcionários de lares e da rede nacional de cuidados continuados, em fevereiro arranca a vacinação de doentes com maior risco nos centros de saúde – numa primeira fase serão convocados para a vacina doentes cardíacos, renais e pulmonares graves. Só em abril está prevista a conclusão desta primeira fase de vacinação, que a task-force nacional responsável pelo plano estima que entre profissionais de saúde, lares, doentes prioritários e forças de segurança abranja cerca de 950 mil pessoas. Segue-se a segunda fase, em que serão convidados a fazer a vacina idosos com mais de 65 anos, independentemente de terem ou não doenças crónicas, e doentes crónicos com mais de 50 anos.
Na próxima semana, além do arranque da vacinação nos lares, é esperada no dia 6 uma decisão da Agência Europeia do Medicamento sobre a comercialização da vacina da Moderna. Caso se confirme, Portugal poderá receber 227 mil doses desta vacina também no primeiro trimestre. A vacina que poderá no entanto dar gás ao plano de vacinação é a da AstraZeneca, que a ser aprovada também nos primeiros meses de janeiro poderia garantir mais 1,4 milhões de doses no primeiro trimestre, isto de acordo com as quantidades fechadas na negociação a nível europeu. O Financial Times avançou no domingo que a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford poderá ser aprovada pelo regulador britânico ainda esta semana. A confirmar-se, poderia começar a ser administrada em Inglaterra na primeira semana do ano. Na Agência Europeia do Medicamento ainda não está agendada uma reunião final sobre a autorização da que deverá ser a terceira vacina contra a covid-19 a ter luz verde na Europa.