Maria Vieira desvalorizou, esta sexta-feira, os insultos que André Ventura dirigiu aos adversários políticos. A mandatária presidencial de Ventura para as comunidades portuguesas emigrantes disse, em entrevista à agência Lusa, que o líder do Chega estava apenas “bem-disposto” e que “não fez por mal”.
A atriz começou por garantir que o candidato presidencial respeita as mulheres. Uma questão que se levantou depois de, durante um comício na quarta-feira à noite, Ventura insultar alguns dos seus adversários na corrida a Belém e de se referir aos “lábios muito vermelhos" de Marisa Matias, gerando uma onda de solidariedade nas redes sociais com o mote"#VermelhoemBelem".
“Eu conheço muito bem o André e se há algo que ele não é é misógino. Pode ter a certeza absoluta. Não fiquei nada chocada porque sei muito bem que ele é uma pessoa muito respeitadora e tem um carinho muito especial por todas nós", disse Maria Vieira à agência noticiosa, antes de um jantar/comício, num hotel de Viseu.
"E o que os outros dizem? E o que a Ana Gomes… e, olhe por exemplo, a Marisa Matias, que lhe chamou [a Ventura] vigarista e eu sei lá…", disse a também comediante, acrescentando que "o André não fez por mal".
"Pronto, estava bem-disposto, estava divertido. Sobretudo, se me está a perguntar como mulher, pode ter a certeza absoluta, porque eu o conheço. Levem as coisas também um pouco para a brincadeira. Ele não fez com intenção de os ofender e humilhar, ao contrário do que os outros candidatos fazem, que humilham", argumentou, lamentando que os adversários estejam "sempre a dizer" que o Chega é "de extrema-direita".
"Somos de extrema-necessidade. Não deem tanta importância às palavras. Eu sou a favor da liberdade de expressão", acrescentou.
A atriz aproveitou ainda para dizer que também o comediante Ricardo Araújo Pereira "fez tudo e mais alguma coisa com o André".
"Chamou-lhe carneiro, chamou-lhe sei lá o quê… Por que é que ele [Ventura] não há de ser uma pessoa divertida e bem disposta? A mim não me choca. É natural, estava mais bem-disposto, qual é o problema?", questionou, negando ainda que o líder do Chega estivesse alterado por algum excesso. "Não, nem pensar nisso, ele até nem bebe muito”, defendeu.
"Foi um discurso mais efusivo. Não vou por aí", rematou.
Recorde-se que, em Portalegre, além do comentário sobre Marisa Matias, Ventura apelidou Jerónimo de Sousa de "avô bêbado", Marcelo Rebelo de Sousa de "fantasma" e "esqueleto", João Ferreira foi chamado de "operário beto de Cascais" e Ana Gomes de "contrabandista" de vacinas.