O secretário de Estado da Educação sublinhou que "há crianças que não comem quando a escola está fechada". João Costa abordou o encerramento ou não dos estabelecimentos de ensino numa conversa online promovida pela candidata presidencial Ana Gomes.
João Costa reconheceu que os números atuais da epidemia no país são alrmantes, mas insistiu que é também preciso "algum sangue frio, nervos de aço" na forma como se analisam os dados, sublinhando que o eventual encerramento das escolas é ponderado com cautela.
"Sobretudo não olhar para o que é uma escola fechada a partir de um lugar privilegiado", disse lembrando que alguns alunos não têm as condições para estudar em casa. "Não é só não terem computador, ou Internet, é não terem um espaço sozinhos em casa, terem um contexto barulhento, violento por vezes, não terem quem os acompanhe, quem os tire da cama para ligarem o computador, não terem a quem recorrer para pôr dúvidas", exemplificou.
O governande defendeu que a escola não pode apenas ser vista “como espaço de aprendizagem”, mas também como “espaço de proteção social", onde "situações de abuso são muitas vezes identificadas pela atitude do aluno, um olhar triste". "À distância, por 'Zooms' e 'Teams' isto não se vê, não se deteta", sublinhou.
João Costa afirmou ainda que "há crianças que não comem quando a escola está fechada". E continuou: "Há aqui muitas dimensões do que é uma escola plena, que ensina, mas também desenvolve competências sociais, proteção social". "Não podemos ser precipitados", acrescentou.