"De forma a reduzir o risco colocado por nacionais britânicos e residentes de regresso a casa destes países, vamos exigir a todas as chegadas em que não possa ser recusada a entrada a ficar em isolamento em alojamento como hotéis, providenciado pelo Governo. Serão recebidos nos aeroportos e transportados diretamente para a quarentena", anunciou a ministra do Interior, Priti Patel, esta quarta-feira, aos deputados britânicos.
O objetivo é prevenir o contágio de novas infeções com variantes mais perigosas do SARS-CoV-2, tais como a da África do Sul ou a do Brasil, aparecerem em Inglaterra, que neste momento, já está a sofrer pesadamente com a nova variante originada no país.
Segundo o jornal The Times, Priti Patel propôs ao primeiro-ministro, Boris Johnson, o encerramento total das fronteira e a quarentena em hotéis para todos os passageiros de qualquer país, Johnson rejeitou a proposta.
A medida será aplicada não apenas para cidadãos do Brasil ou da África do Sul, mas também a mais 20 países, incluindo Portugal, Cabo Verde, Angola e Moçambique, e ainda Argentina e Chile, dos quais estão, por agora, cancelados voos diretos e proibida a entrada de visitantes devido às ligações próximas com Brasil e África do Sul.
Até agora, a quarentena de 10 dias podia ser feita na própria residência e reduzida para metade depois da realização de um teste no quinto dia. Para quem não cumprisse estas regras, as multas variam entre 1 mil e 10 mil libras – 1.130 e 11.300 euros.
Ou seja, ingleses e residentes do Reino Unido que regressem a Inglaterra de países potencialmente afetados pelas novas variantes ficam obrigados a obedecer a esta regra, como Portugal e a maioria dos países do sul de África e da América do Sul devido à proximidade geográfica com Brasil e África do Sul.
Já desde o dia 15 de janeiro que os voos diretos de Portugal, Cabo Verde e de 14 países da América do Sul foram suspensos pelo Reino Unido para evitar o contagio da nova variante do SARS-coV-2 detetada no Brasil, considerada ainda como muito infecciosa.
Esta medida começou em dezembro, quando os britânicos tinham proibido voos diretos da África do Sul e de outros países africanos, como Angola e Moçambique, e a entrada de passageiros devido ao risco da nova estirpe da África do Sul, designada por 501Y.V2, também altamente contagiosa.
A chegada de todos os residentes desses países já é proibida, exceto para britânicos e estrangeiros com estatuto de residente, e é necessário apresentar um resultado negativo à covid-19 num teste realizado até 72 horas antes.
Segundo o regime de confinamento em vigor, todas as viagens ao estrangeiro como turismo estão proibidas e o primeiro-ministro, Boris Johnson, disse que o controlo à saída passará a ser mais apertado, podendo haver pessoas a serem impedidas de passar a fronteira “se não tiverem uma razão válida”.