Por Ana Roma Torres, diretora Criativa Havas Sports & Entertainment
Os tempos que vivemos são particularmente dados à criatividade e reinvenção. Tivemos que reinventar rotinas, formas de trabalhar e de nos darmos ou ligarmos com as pessoas, a escola mudou, as casas assumiram um novo papel e todo o mundo se virou de pernas para o ar com a pandemia.
Da comunicação temos falado bastante até porque as marcas tiveram que se adaptar a todo este contexto, adequando produtos, serviços e tom ao momento atual. Mas esta reinvenção está também muito presente em muitos negócios – nos velhos e nos novos.
Por necessidade, visão ou simplesmente pressão do momento mitos negócios viram-se obrigados a esta reinvenção. A indústria têxtil virou-se para as máscaras e para outro tipo de material de proteção, as lojas de souvenirs passaram a vender máscaras, os restaurantes apostaram no take-away e tantas lojas foram para o on-line para tentarem escoar os seus produtos. Todos na busca da salvação do seu negócio e da minimização do impacto de tudo isto nas suas vendas. É nesta capacidade de reinvenção e de ser rápido a reagir que veremos no futuro quem sobreviveu, deu a volta e conseguiu até implementar novos serviços e produtos e quem pelo caminho ficou por inércia ou falta de capacidade de investimento ou implementação de certas ideias.
Esta reinvenção faz parte do ser humano e é fundamental nesta fase para dar vida aos negócios, manter emprego e garantir que a economia, de uma maneira ou de outra, continua a funcionar. Mas sabemos bem que esta reinvenção implica custos, esforço e às vezes até muito sofrimento para manter de pé o que foi construído até então. No meio desta reinvenção também há novos negócios que surgem como resposta ao que vai acontecendo.
Há uma frase que diz: «Em tempos de crise, uns choram, outros vendem lenços» o que reflete bem aqueles que conseguem ver as oportunidades e concretizá-las. Nem todos terão essa habilidade nem têm que ter, mas é também nestes momentos que certas pessoas e marcas se transcendem, deixando marcas positivas no que criam e no que impactam a sociedade.
Independentemente da área em que trabalhemos é fundamental apostarmos nesta reinvenção para fazer frente ao que vivemos. O desafio é gigantesco a nível sanitário e pessoal, mas não o é menos a nível profissional e será esta criatividade e poder de adaptação que nos permitirá seguir em frente. Além disso enquanto criamos e nos dedicamos a algo novo sentimo-nos vivos e motivados e esse espírito positivo é fundamental quando já todos nos sentimos cansados e desanimados. É importante perceber o que do bom se faz enquanto o mundo luta contra o vírus e o que podemos também fazer para a outros níveis ajudarmos indiretamente nesta luta que é de todos.
Por isso partilhe todos os negócios e marcas que estão a dar a volta, que estão a surpreender, a dar tudo o que têm para continuar aqui e não se iniba de levar as suas ideias mais além, porque qualquer pequeno gesto pode hoje fazer diferença neste mundo de caos. Que o poder da criação e da perseverança eleve os nossos negócios e marcas e nos transporte, ainda que lentamente, para um futuro mais promissor.