Por João Lemos Esteves
As teorias de conspiração que lançam o ódio, que recuperam estigmas seculares, com consequências trágicas para o devir da humanidade, têm que ser combatidas e desconstruídas. Assim como as velhas táticas dos políticos e das forças políticas que tratam as instituições como seus quintais, como meros albergues dos seus interesses e negócios, mais ou menos obscuros, com ligações aos regimes internacionais mais sanguinários e desprezíveis não mais podem ser toleradas, apenas com o apelo a velhas fórmulas de “business as usual”.
Por isso, não poderemos deixar de salientar o silêncio sepulcral registado entre nós pelo reconhecimento inequívoco de Jerusalém como Capital Eterna de Israel pelos EUA. Uma maioria esmagadoríssima – não apenas qualificada: ultrapassou largamente as fronteiras da qualificação – do Senado (com a excepção de apenas três senadores, com destaque para Bernie Sanders e Elizabeth Warren, os pupilos do grupo terrorista BDS e órfãos da União Soviética) aprovou a manutenção de Yerushalayim como capital de Israel.
Durante quatro anos, todos nós fomos bombardeados com narrativas falsas, com deep fake news (notícias profundamente falsas), com opiniões de jornalistas e comentadores completamente preconceituosas, a resvalar o antissemitismo mais primário, segundo as quais a mudança da Embaixada dos EUA para Yerushalayim seria o desencadear de uma nova Intifada, o primeiro passo rumo a um Apocalipse fatal para a “paz no Médio Oriente” e potencialmente o rastilho para deflagrar a 3.ª Guerra Mundial.
Ah, e claro, não faltaram ayatollinhos na imprensa internacional, europeia e portuguesa a proclamando que Israel – em aliança fatal com o Presidente Donald J.Trump – se assumia como um novo Estado onde o apartheid era a regra. Mudança da Embaixada dos EUA para Yerushalayim seria, enfim, a derradeira e mais perene violação dos…direitos básicos dos palestinianos (sabe-se lá que direitos, sabe-se lá, muito menos, porquê…).
Impõe a verdade que se diga que esta narrativa foi alimentada por políticos do GOP (alguns) e pelos democratas (quase todos, por ação e por omissão). Basta recordar as palavras do Senador Chuck Schumer que, aquando da decisão do Presidente Trump, em Dezembro de 2017, até sugeriu que o Presidente dos EUA não se encontrava bem mentalmente (como se constata, nem nos insultos a esquerda, a nível planetário, é muito criativa – plagiam-se uns aos outros…).
A este propósito, o Presidente Trump costuma evocar – acrescentando pormenores que roçam o humorístico protagonizados por alguns políticos, americanos e europeus– o processo de decisão da mudança da Embaixada (que o mesmo é dizer: do reconhecimento efetivo de Yerushalayim como Capital Eterna do Estado de Israel) dos EUA: primeiro, teve que dar indicações à sua assistente para dizer aos políticos europeus que durante uma semana estava muito ocupado, indisponível para receber contactos estrangeiros; segundo, cerrar o acesso à Sala Oval, dada a quantidade de políticos que se deslocavam do Capitol Hill para a White House para o demover da sua decisão histórica.
O Presidente Trump resistiu, não se afastou das suas convicções de Justiça e Paz – logo, consubstanciou o que qualquer pessoa que deixe os seus preconceitos de fora da equação e analise a questão objetivamente, com senso comum e bom senso, terá que defender: o direito inalienável do Estado de Israel definir a sua capital, com base na sua história, na sua cultura e na sua missão/vocação eterna.
Sem medos, com muita coragem e sentido democrático, alicerçado no Direito Internacional e no Direito dos EUA, o Presidente Trump mudou para sempre o sentido da História – hoje, o reconhecimento de Yerushalayim como Capital de Israel não é mais uma decisão de um só Presidente: é a decisão de todo um país.
É a decisão do líder do Mundo Livre, à esquerda e à direita. Sem distinções, sem divergências em função do quadrante partidário.
Lembram-se quando os democratas apelidaram o Presidente Trump de ser neo-nazi, fascista, um disruptor das instituições constitucionais norte-americanas por proceder à transferência da Embaixada dos EUA para Yerushalayim de forma unilateral, por “executive order” (à luz dos acontecimentos recentes, isto já parece uma anedota…)?
Pois bem, agora os democratas todos (tirando os três órfãos da União Soviética) que votaram a favor da medida do Presidente Trump, deveriam ser interrogados sobre se também se sentem neo-nazis , neo-fascistas, ditadores em potência.
A sorte deles é que os media não exercem escrutínio democrático – só fazem propaganda. Como boas agências de propaganda, os media arranjam forma de distrair, ocultar a questão – e seguir para bingo…
Uma das maiores falhas da nossa democracia é a falta de humildade democrática de certos sectores. Ficava bem à esquerda (incluindo aos republicanos ditos de “centro”) elogiar o Presidente Trump pela coragem e por ter mudado o rumo da História no sentido positivo para todos nós.
Por exemplo, teria ficado muito bem (e seria gesto de enorme patriotismo) ao Presidente Bill Clinton, que assinou a Jerusalem Embassy Act de 1995, a que o Presidente Trump deu execução real, ter elogiado um dos seus sucessores no cargo pela genialidade diplomático e sucesso político com que fez o que ele não se atreveu. Sim, porque fazer leis que se auto-suspendem indefinidamente, até qualquer dia, é muito cómodo…
Novamente: as teorias da conspiração que se inventaram à sombra da decisão do Presidente Trump em reconhecer Yerushalayim como Capital Eterna de Israel (que resulta do senso comum e do bom senso) só fragilizam as instituições democráticas. As Deep Fake News que foram lançadas pela imprensa internacional a este propósito foram mais um tiro na credibilidade de algo que é vital para a democracia: um jornalismo sério, independente, objetivo, imparcial, que recuse propaganda.
Esta é, pois, a altura ideal para descobrirmos quem são os cultores das teorias da conspiração contra Israel, quem são os ayatollahs das Deep Fake News, com intenção claramente antissemita, em Portugal. Na política portuguesa e no jornalismo português.
Esta é a altura de o Parlamento Português discutir (e aprovar) um voto inequívoco para forçar Governo Português a, de acordo com o Direito Internacional, transferir a Embaixada de Portugal em Israel para Yerushalayim. Queremos estar em sintonia com os nossos aliados, com a verdade e com a Justiça histórica.
Mais: o Bloco de Esquerda e o PS sentir-se-ão obrigados a votar favoravelmente. Sim, porque a mobilização dos seus trolls nas redes sociais para apoiar Joe Biden, como se Biden fosse do Bloco de Esquerda ou da JS/PS desde pequenino, prova que há um alinhamento absoluto entre esta nossa esquerda portuguesa e o Presidente Biden.
Como o Presidente Biden e praticamente todos os senadores democratas votaram em favor de Yerushalayim como Capital Eterna de Israel, o Bloco de Esquerda e o PS farão o mesmo, sem margem para qualquer dúvida.
Finalizamos, com o essencial: Yerushalayim é a Capital Eterna de Israel, de facto e de Direito; já não há qualquer dúvida sobre esta realidade.
É um facto consumado.
A questão já não é se todos os países seguirão a decisão dos EUA – a questão já é tão somente quando é que todos mudarão a sua Embaixada para Yerushalayim, fazendo justiça à decisão do Presidente Donald J. Trump, ratificada, quase em uníssono, pelos democratas.
Para Portugal, a questão é tão só saber se quer estar no pelotão de países que foram pioneiros, que tiveram a coragem histórica de reconhecer o que o senso comum, o bom senso e o Direito Internacional põem em evidência – ou de ficar para atrás, na lista de países que só se conformam e que persistem no erro e na injustiça até esta se tornar intolerável.
Todos os políticos e a diplomacia portuguesa sabem que a resposta certa é a primeira.
Clarifiquemos, pois então, a posição dos partidos políticos e do Estado Português muito em breve. Haja coragem!