No texto, dedicado ao falecimento do tenente-coronel Marcelino da Mata e publicado na íntegra nas redes sociais, Ferro Rodrigues é remetido para o fim. «Prefere usar das liberdades próprias de um extrovertido tribuno», observa Sousa Pinto, referindo-se ao presidente da AR. O deputado recorda que a segunda figura do Estado apelidou de «populistas» os seus colegas que pediram para que os seus nomes fossem retirados da lista de deputados com vacinação prioritária, nos quais Sousa Pinto e outros socialistas foram incluídos sem o saberem. Na opinião de Sousa Pinto, sendo impossível estabelecer distinções entre deputados essenciais e não essenciais, a solução deveria ter passado por aguardarem todos a sua vez, «de acordo com os critérios de prioridade gerais».
«O Presidente da Assembleia da República, deputado primus inter pares, deve tratar os colegas, de todas as bancadas, com o respeito que lhes é devido e que, com toda a justificação, deve reclamar para si próprio, estando limitado nos seus poderes de adjetivação alheia», escreveu o histórico deputado socialista às acusações de populismo que Ferro desferiu contra os membros do Parlamento. «Se esta evidência não lhe é acessível e prefere usar das liberdades próprias de um extrovertido tribuno da primeira fila do plenário, expõe-se à crítica de quem tenha uma diferente compreensão do que sejam as suas responsabilidades institucionais enquanto Presidente da Assembleia da República», acrescenta, deixando claro que haverá quem agora se sinta mais livre para tratar Eduardo Ferro Rodrigues «como um ator político igual entre iguais, desinteressado das suas obrigações de representante do todo»; isto é, da Assembleia para o qual ambos foram eleitos pelo PS.