Depois de ter sido acusado de tráfico humano e agressão sexual a ginastas, o ex-treinador olímpico da equipa feminina de ginástica artística dos Estados Unidos, John Geddert, suicidou-se, esta quinta-feira, anunciou a porta-voz do gabinete da procuradoria-geral de Michigan.
Geddert estava acusado de 20 crimes, incluindo 14 acusações de trabalho forçado, seis acusações de tráfico de menores no período de 10 anos, desde 2008 até 2018, bem como extorsão, conduta e agressão sexual com crianças entre 13 e 16 em 2012. O treinador era dono de uma academia, onde muitas ginastas foram abusadas sexualmente pelo fisioterapeuta da equipa, Lawrence Nassar, que está a cumprir pena na prisão.
A procuradora-geral de Michigan, Dana Nessel, anunciou as acusações hoje numa entrevista coletiva e revelou que com os mandados de busca para a casa de Geddert e para o seu ginásio, os promotores conseguiram obter "12 caixas de evidências e um grande número de dispositivos eletrônicos”, citada pelo New York Times.
Nessel afirmou que todas as alegações decorrem no estado de Michigan, mas não disse o número exato de quantas pessoas estão envolvidas no caso, pelo "menos 50 e todos são menores".
Segundo os promotores, as vítimas sofreram de automutilação e distúrbios alimentares, devido ao ambiente de abuso físico e emocional "extremo" que viveram. As ginastas ainda sofreram de "condicionamento físico excessivo", confirmou Nessel, e foram forçadas a praticar atividade física mesmo lesionadas. “Muitas dessas vítimas ainda carregam essas cicatrizes de seu comportamento até hoje”, confessa a procuradora-geral.
John Geddert foi o treinador da equipa feminina de ginástica artística dos Estados Unidos que venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2012, com as atletas Gabrielle Douglas, Jordyn Wieber e Alexandra Raisman.
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