O nome de Carlos Moedas para a Câmara de Lisboa reuniu o consenso no PSD e agradou aos centristas. A hipótese de uma coligação pré-eleitoral está em cima da mesa e pode incluir a Iniciativa Liberal. Carlos Moedas e João Cotrim Figueiredo vão reunir-se nos próximos dias. O Chega, que ainda não apresentou candidato, fica de fora e promete apresentar uma cara “conhecida” dos lisboetas.
A candidatura de Carlos Moedas, revelada pelo Nascer do SOL e pelo i na quinta-feira, conseguiu unir Rui Rio e os críticos da atual direção. “É uma excelente escolha. É uma pessoa muito preparada e com vontade de se dedicar à cidade. Sinto no PSD um entusiasmo que já não sentia há muito tempo”, diz ao i João Pedro Costa, vereador da Câmara de Lisboa.
Miguel Pinto Luz também elogiou a escolha. “Carlos Moedas, ao aceitar o convite de Rui Rio, deixou em todos nós um forte entusiasmo, como já não sentíamos há muitos anos”, afirmou, nas redes sociais, Pinto Luz, autarca em Cascais e candidato à liderança nas últimas eleições internas.
O nome de Carlos Moedas esteve em cima da mesa desde o início nas conversas entre Rui Rio e Rodrigues dos Santos e agrada aos centristas. O presidente do CDS admitiu que “é uma notícia que recebemos com grande alegria e entusiasmo”.
O ex-comissário europeu tem o perfil indicado para unir a direita e está já agendada uma conversa entre o candidato e a Iniciativa Liberal. Os liberais apostam em “apresentar candidaturas próprias” nas eleições autárquicas, mas não fecham a porta a abrir uma exceção no caso de Lisboa.
A direita está afastada do poder em Lisboa há mais de uma década. Nas últimas eleições, o PSD conseguiu pouco mais de 11% dos votos e foi ultrapassado pelo CDS que ultrapassou os 20%. O processo de escolha do candidato foi atribulado com o PSD à espera da candidatura de Santana Lopes que acabou por não ser concretizar.
Chega quer cara conhecida
O Chega fica de fora de uma eventual coligação em Lisboa. Rui Rio afastou desde o início a possibilidade de fazer alianças com o partido de André Ventura e na capital do país não será diferente.
André Ventura quer uma cara conhecida para disputar a capital e já existem conversas para encontrar um candidato.
Nuno Afonso, coordenador autárquico do Chega, diz que tem de ser alguém com “notoriedade, conhecido do grande público e impoluto” e garante que “ainda não está nada fechado”
O objetivo traçado pelo Chega é eleger um vereador em Lisboa e o candidato só será apresentado depois das eleições diretas marcadas para dia 6 de março.
Ana Rita Cavaco foi um dos nomes falados para Lisboa, mas está afastada essa hipótese. A bastonária da Ordem dos Enfermeiros admitiu à rádio TSF que foi sondada, mas não aceitou. Nuno Afonso garantiu ao Observador que Ana Rita Cavaco nunca foi convidada.
É a primeira vez que o Chega vai disputar eleições autárquicas. André Ventura, que recentemente disputou as presidenciais, já garantiu que não será candidato.
O Chega quer lançar outras figuras do partido e não fecha a porta a independentes. O coordenador autárquico garante que só está a sentir dificuldades em conseguir candidatos em algumas regiões do interior do país. “Os nossos militantes tem receio de dar a cara por temerem retaliações”, explica Nuno Afonso.
O Chega anunciou, em novembro, que não “irá concretizar nenhum acordo pré-eleitoral, seja com que partido for”, nas eleições autárquicas previstas para setembro ou outubro. “Nós não temos medo de ir eleições. Esse receio que a muitos provoca insónias não está no nosso ADN, nem nunca estará e, por isso, iremos concorrer sozinhos ao sufrágio autárquico de 2021 e enfrentaremos, de cabeça erguida, aquela que for a vontade dos portugueses”, garantiu, em comunicado, Nuno Afonso, coordenador autárquico do Chega.
A intenção é apresentar candidatos em todos os municípios e estão previstas três convenções autárquicas para formar dirigentes e militantes.